Investimento em rede própria. Esse é o principal foco da Vitallis, segunda maior operadora de saúde de Minas Gerais em número de beneficiários, atrás apenas da Unimed BH. A aposta da instituição se deve as transformações guiadas por Fernando Rezende, sócio majoritário da operadora e que está no comando há quase dez anos. A operadora, que tem sua rede própria concentrada no estado mineiro, sobretudo na capital, com o hospital dia BH Mater, o Hospital do Barreiro com foco em alta complexidade, o Centro Clínico Vila Nova e mais dois ambulatórios fora de BH, promete dar um grande salto rumo à expansão com um hospital que está sendo construído na capital mineira. ?Estamos terminando um hospital geral em Venda Nova (distrito de BH), com obstetrícia e maternidade, 160 leitos, 30 leitos para CTI e centro de diagnóstico. A previsão de inauguração total é 2014, mas ele já funciona como pronto atendimento?, diz. Segundo Rezende, o estopim para a expansão da rede própria foi a negociação com os hospitais da região. Como as operadoras concentram grande parte dos usuários da rede hospitalar fica difícil competir. ?Não estávamos conseguindo negociar uma boa tabela com hospitais, em Belo Horizonte temos um monopólio?, desabafa, contando que na época que iniciou a operação eram cerca de 70 mil vidas em BH e hoje esse número é de 50 mil. Outro fator que fez o empresário optar pela expansão da rede própria é a questão da manutenção de uma instituição de médio e pequeno porte. Esse é um drama já conhecido do gestor hospitalar, não se consegue preços bons porque não se tem escala e manter uma estrutura hospitalar custa caro. ?O hospital com internação tem de ter uma equipe médica de prontidão para dar suporte, além de equipes de sobreaviso e de ter de cumprir todas as exigências, apesar de ser de pequeno porte?, conta, completando que as compras também pesam: ?alimentação para 30 leitos é um preço e para 50 é outro?. Para o executivo, ao transformar pequenos hospitais em ambulatórios com centros de diagnósticos, se desafoga a rede hospitalar e se atende uma população maior com menos complexidade. E é isso que ele tem feito desde que assumiu, quando a rede era composta basicamente por hospital dia. Depois veio a abertura do Hospital do Barreiro para dar mais qualidade de atendimento e, agora, vem a nova unidade. Beneficiários Com o novo empreendimento, a Vitallis vai atender cerca de 50 mil beneficiários do plano de saúde, que hoje estão em Belo Horizonte, e também fechar contrato com os concorrentes Unimed-BH e Amil e outros convênios da região para o hospital fazer parte da rede credenciada deles e assim ocupar toda a capacidade da unidade. Apesar de baseada em Minas, os beneficiários Vitallis estão por todo Brasil. Cerca de 30% das 208 mil vidas que compõem a carteira estão fora do estado mineiro. Estes beneficiários são atendidos por uma rede credenciada. Rezende dá alguns exemplos como o da Vale do Rio Doce, que fechou contrato com a operadora para os beneficiários que trabalham no Pará. O restante é dividido em 30% dos usuários em BH e 40% restantes em outras regiões de Minas Gerais. O crescimento da operadora é puxado pelos planos empresariais, sobretudo, de grandes e médias empresas. Quase a totalidade, 98,5% da carteira é de planos pessoa jurídica. ?Temos muitos clientes da área da construção civil, as indústrias também estão fazendo expansão e estamos crescendo muito em Minas e no Pará, neste caso, com o contrato da Vale?, afirma o executivo. Para 2013, o objetivo é alcançar 300 mil vidas e faturar R$ 200 milhões só com a operadora. O executivo disse que já está garantido cerca R$ 180 milhões. Também estão planejados reformular a política de pessoal, oferecer treinamento e adequar a área de tecnologia de informação. ?O novo hospital também entra para suportar esse investimento e ajudar neste crescimento?, finaliza.