São vários os problemas oculares que afetam os brasileiros e uma das doenças mais comuns é a Hipermetropia, que já atinge 65 milhões pessoas, segundo dados do Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) e 350 mil ficam cegos devido a Catarata. Já o Glaucoma estima-se que 4% da população acima de 40 anos já apresente, e, se não for tratado corretamente, pode levar a total perda da visão.

O cenário para as crianças também não é muito diferente no que se refere às doenças, pois 15 milhões, em idade escolar, sofrem de algum problema da visão, seja a miopia, a hipermetropia e o astigmatismo.

Para a Oftalmologista Amaryllis Avakian, da Clínica AACO e que atua também no Hospital das Clínicas e no Hospital Sírio Libanês, as doenças oculares ocorrem com tanta frequência, pois as pessoas não desenvolveram o hábito de consultar o especialista para que sejam realizadas análises anuais e só costumam ir mesmo se apresentarem algum sintoma, como dor de cabeça ou dificuldade para enxergar.

“Não são feitos exames preventivos nos olhos. É preciso que as crianças sejam examinadas ao nascerem e também na idade escolar. Em relação aos adultos, as visitas periódicas são fundamentais, pois nessa faixa etária surge, com mais frequência, a Catarata, o Glaucoma, a Degeneração Macular e até a conhecida “vista cansada”, que precisa fazer uso de lentes corretivas e no caso do Glaucoma, tratamento clinico ou ate cirurgia.

Para Amaryllis, a população precisa de um especialista de confiança para “fazer os tratamentos ou o uso das lentes corretivas, caso necessário, pois isso contribui muito para o bem estar da pessoa no dia-a-dia”.

Entenda o que é cada problema ocular:

Astigmatismo: As crianças que sofrem com astigmatismo enxergam tudo borrado. Possuem uma visão razoável tanto de perto como à distância, porém, tudo que veem não é nítido. Nas crianças pode ser identificado pelas dores de cabeça, esforço visual e uma visão enevoada.

Hipermetropia: As crianças que sofrem com hipermetropia têm a dificuldade de enxergar de perto e todas as imagens parecem mais desfocadas. Como no astigmatismo, a hipermetropia pode causar também dores de cabeça. Tais crianças, ao contrário das míopes, evitam atividades para perto, como por exemplo, estudar, ler e fazer a lição de casa. Todas essas atividades geram cansaço visual nas crianças hipermetropes, que, portanto, as evitam.

Miopia: As crianças não enxergam corretamente o que está distante. Um caso clássico escolar é que como não conseguem visualizar claramente o que está escrito na lousa, podem confundir palavras e, em alguns casos, são consideradas até como pouco inteligentes, quando na verdade sofrem de um problema ocular. “Frequentemente essas crianças apresentam também dificuldade para se enturmar com outras, já que a visão comprometida para distancia impede que as atividades de lazer dessa criança sejam as habituais. Ela vai evitar brincadeiras ao ar livre, como pega-pega, por que não enxerga”, acrescenta a Dra Amaryllis.

Catarata: Doença que compromete a opacidade do cristalino, deixando a visão embaçada e é a única na qual a cegueira é reversível. O resultado se dá após a cirurgia, mas em alguns casos os idosos não precisam operar logo que aparece a catarata. Porém, em outras situações a cirurgia se faz necessária, e com urgência, por exemplo, quando a pessoa está em idade produtiva e precisa trabalhar ou atinge um nível de falta de visão que atrapalha a vida. Mas apenas o médico oftalmologista pode determinar qual o tratamento ideal e o momento exato para realização da cirurgia.

Glaucoma: Ele provoca danos no nervo óptico, resultando em alguns casos no aumento da pressão ocular, também conhecida como pressão intraocular. No País, estima-se que 4% da população acima de 40 anos já sofra de glaucoma. Dra Amaryllis Avakian, explica que a doença pode levar à cegueira irreversível se não for diagnosticada e tratada a tempo, que ela se desenvolve lentamente, no decorrer de meses ou anos, sem que o paciente perceba.