Com 719 funcionários, o Hospital Vera Cruz (HVC) injeta mais de R$ 1 milhão por mês na economia de Belo Horizonte (MG), em salários e impostos. Para se manter sustentável, a instituição envolve todos esses colaboradores em programas que promovem o uso eficiente de recursos.

“Nossos gastos anuais são detalhados por área e setor. Dentro disso, são distribuídos custos com luz, água, telefonia. Estabelecemos metas, sempre buscando a redução do consumo”, explica o diretor geral do HVC, Renato Rocha Rabello.

Se o governo pretende subir o valor da energia elétrica em 6% no ano seguinte, o hospital não orça um valor superior, mas busca absorver o aumento, diminuindo o consumo. Além disso, a instituição faz reuniões e usa cartazes e protetores de tela para motivar a economia. “Já alcançamos resultados expressivos”, garante Rabello.

O HVC também busca a economia dos suprimentos utilizados.

“O estoque de recursos é muito caro. Temos que trabalhar para não ter R$ 2 milhões em material estocado, pois esse dinheiro faz falta em nosso capital de giro. No entanto, ficamos atentos a curvas de tendência de uso, pois não dá para não ter estoque nenhum. O sistema Just in Time não é adequado, pois em certos casos não dá para esperar meia hora.”

Para driblar esses desafios, o hospital gerencia seus estoques por meio do software de gestão hospitalar Tasy. São feitas compras programadas de materiais muito utilizados, como o soro, enquanto outros são repostos de acordo com a necessidade.

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União Positiva

O Hospital Vera Cruz empreende ações sustentáveis por meio de programas ambientais e sociais. Com o projeto “Adote o Verde”, da Prefeitura de Belo Horizonte, a instituição destina cerca de R$ 500 por mês, para revitalizar canteiros e árvores em seu entorno.

Já o braço social do HVC, a Fundação Nair Rabello (Funar) existe há quase dez anos e atua em três frentes. Com o projeto “Vivendo Melhor a Terceira Idade”, o instituto promove a convivência entre idosos de baixa renda, com passeios culturais, dinâmicas motivacionais, distribuição de cestas básicas e outra série de ações.

O “Projeto Ajudar” faz cerca de 30 atendimentos médicos e odontológicos por mês, para cobrir uma parcela da demanda do Sistema Único de Saúde (SUS). Com o “Voltar a Sorrir”, são realizadas cirurgias de lábio leporino e fenda palatal em crianças do interior de Minas Gerais. Este ano, serão feitas 26 operações, em parceria com o Hospital São José – que cede sua UTI pediátrica – e com a Rádio 107,5 FM – que contribuiu com R$ 69 mil para arcar com parte dos gastos.

“Cerca de 30 pessoas trabalham na Fundação. A demanda é muito grande, além de voluntários do hospital, estudantes de faculdades estão nos procurando. É a união que faz a força”, diz a diretora de gestão da Funar, Rachel Rabello.

Ético e Transparente

No Hospital Vera Cruz, as ações sustentáveis começam de dentro pra fora, por meio da promoção da ética e transparência no ambiente de trabalho.Segundo o diretor geral, a equipe é provida de informações por meio de um site e dois jornais. “Também são feitas reuniões semanais com todas as coordenações, para discutir assuntos que serão repassados nível a nível, até chegar ao chão de fábrica. Isso é para que todos estejam alinhados com ideias e conceitos da instituição”, diz Renato Rabello.

O Projeto Pensar Diferente, feito semanalmente há quatro anos, busca estimular, por meio de gincanas e outras atividades, a parceria com todos os elos da cadeia do hospital. Outra forma de integração é o orçamento participativo, feito em conjunto por 43 coordenações.

“A transparência serve para que todos trabalhem com confiança na empresa, que não tem práticas questionáveis e que sabe em que direção está indo. E a ética é extremamente importante para nós, que lidamos com vidas humanas”, conclui o executivo.

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