Paciente voltará a ouvir após retirada de tumor e colocação de prótese

Uma cirurgia inédita em Campinas, realizada no Vera Cruz Hospital, vai permitir que a coordenadora de Sistema de Gestão da Qualidade Ana Paula Castro Lyra Macedo, de 40 anos, volte a ouvir em um mês. O procedimento cirúrgico retirou um tumor e permitiu a instalação de uma prótese de maneira mais rápida e segura. “É um modelo indicado para pacientes que possuem surdez condutiva – devido a infecções crônicas no ouvido, tumores ou no caso de orelhas fechadas, devido a doenças, lesões ou traumas – e não podem usar as próteses convencionais”, explica o cirurgião otorrinolaringologista Henrique Gobbo.

Segundo o especialista, o novo modelo permite um procedimento cirúrgico mais simples, mais seguro e mais rápido. A cirurgia leva, geralmente, de uma a duas horas sob anestesia geral. “Os pacientes normalmente podem retomar as suas atividades normais em poucos dias. Esse modelo também tem uma vantagem estética em relação aos outros, já que é menor e mais discreto. Se trata de um implante de condução óssea ativo mais avançado e que é implantado totalmente sob a pele. Com essa redução de tamanho, muitos outros pacientes poderão ser beneficiados”, completa o especialista.

Ana Paula perdeu parcialmente a audição após o agravamento de uma otite (infecção no ouvido), que resultou em tumor, por isso, o médico alerta para os cuidados com a saúde auditiva. “Ouvidos tapados, com vazamento ou dor e surdez leve devem ser observados. Vemos muitos pacientes que recorrem a métodos caseiros que não curam e podem trazer prejuízos irreversíveis. A maioria das pessoas, quando sente alguma dor no ouvido, logo pinga um remédio e acha que vai ficar tudo bem. Isso não pode ser feito sem orientação médica. Em momento algum deve-se pingar qualquer coisa no ouvido” adverte.  “Uma vez instalada, uma otite pode ser muito dolorosa e evoluir de forma grave. Por isso, quando a dor chega, é fundamental procurar um médico para que os sintomas sejam amenizados e o problema não deixe sequelas”, completa o otorrinolaringologista.

Essa não é a primeira vez que o Vera Cruz Hospital é pioneiro em cirurgias auditivas. O implante com o modelo anterior de prótese também foi feito pela primeira vez em Campinas no hospital. “Fizemos em fevereiro de 2014, a segunda cirurgia desse tipo e, agora, com o lançamento de um novo modelo, estamos novamente realizando o terceiro procedimento no país”, disse Gobbo.

Ativação marcará vida da paciente

Em geral, a primeira programação de ativação da prótese ocorre um mês após a implantação. Já o “dia da ativação” é aquele em que o médico irá ligar o processador de áudio pela primeira vez e o paciente escutará os seus primeiros novos sons. “Um momento certamente marcante para uma mulher que perdeu muito da audição e poderá ter mais qualidade de vida”, explica Gobbo.

Ana Paula, que se recupera em casa desde a última sexta-feira (16), tem grandes expectativas para as próximas semanas. “Foi um procedimento muito rápido e que me deixou segura. Não vejo a hora de ter uma vida normal novamente, poder ouvir com clareza e seguir com um aparelho discreto e moderno. A cirurgia foi muito assertiva e acredito que a recuperação irá seguir com tranquilidade”, comemora.