Com investimentos de R$ 50 milhões, a alemã Siemens inaugurou em agosto deste ano uma fábrica em Joinville, voltada para a fabricação de equipamentos médicos. Bernd Montag, CEO mundial da divisão de imagem e terapia da companhia, falou ao Saúde Web sobre as ambições da organização no Brasil e as novidades em imagens médicas.
1. Você pode nos dizer a importância do mercado brasileiro para a Siemens Healthcare?
Para a Siemens o Brasil ocupa o sexto lugar entre as economias globais – com uma forte tendência para cima. Por isso, consideramos o país um mercado estrategicamente importante, como um provedor de saúde. Por exemplo, segundo dados ABIMO (Associação Brasileira da Indústria de Artigos e Equipamentos Médicos, Odontológicos, Hospitalares e de Laboratórios) o segmento de saúde cresceu quase 18% em 2011. É claro que é a nossa ambição fortalecer ainda mais nossa posição como parceiro preferencial para este setor. Um exemplo recente: no ano passado, a Siemens venceu o maior contrato de radiologia da história do País, que era abastecer a Alliar com 60 ressonâncias magnéticas, tomografias computadorizadas e raios-X, bem como o software de imagem syngo.via . Vislumbrando o futuro, estamos intensificando nosso compromisso local no Brasil – por exemplo, com a expansão da fábrica de Joinville, que passou a ter 6.000 m2 para a produção de scanners de ressonância magnética, bem como raios-X analógicos e digitais. Por meio da extensão criamos cerca de 100 novos postos de trabalho. Além disso, temos planos futuros para adicionar a produção de scanners de tomografia computadorizada. Nossa decisão de investir em Joinville está em linha com o nosso plano estratégico para 2013, onde nós nos comprometemos a fortalecer nossa presença regional em mercados em crescimento.
2. Quais são as tendências em imagens?
Três aspectos importam no campo da imagiologia médica: velocidade, qualidade e acessibilidade. Antigamente as imagens clínicas eram imagens cinzas e sombreadas, portanto, muito difíceis de ler. Vieram, depois, imagens 3D, imagens funcionais ou visualização de informações moleculares, que eram simplesmente impensáveis. Hoje, estamos perto de entregar uma “cópia digital” do paciente, mostrando estruturas de menos de um milímetro em alta resolução e em 3D. Mas eu não estou falando apenas de leitura de imagens. Existem os equipamentos para terapias guiados por imagem. Por exemplo, o sistema de angiografia Artis zee, da Siemens, permite que os cirurgiões realizem intervenções minimamente invasivas, tais como cateter trans-implante de válvula aórtica (TAVI) através de imagem de orientação, substituindo convencionais cirurgias invasivas. Em termos de velocidade, nosso CT Somatom Definition Flash está realizando uma varredura no coração do paciente em uma fração de segundos. Dez anos atrás, você nunca sonharia com isso. Finalmente, a acessibilidade melhorou significativamente. Hoje, milhões de pessoas, por exemplo, em mercados emergentes, como o Brasil, têm acesso a exames clínicos, que resultam em mais soluções de imagens no mercado a preços acessíveis. E esta tendência vai continuar, e a Siemens virá com maiores inovações, mais rápidas e mais acessíveis em imagens clínicas.
3. Joinville traz alguma inovação parao Brasil?
Sim, claro! Em Joinville, vamos começar com a produção recente MRI scanner Magnetom assim como o sistema DR Multix Select de raios-X. Ambas as modalidades de imagem também são uma resposta à tendência de acessibilidade na imagem que eu acabei de mencionar.
O equipamento permitirá que muitos radiologistas utilizem 3-tesla de imagem pela primeira vez. O sistema proporciona uma redução significativa no custo total de infraestrutura, que inclui espaço e exigências de energia, bem como preço de compra.
O segundo sistema para ser fabricado em Joinville é o de raios X digital sistema Multix Select DR, que é adequado para praticamente todas as aplicações de radiografias clínicas. O preço é cerca de um terço abaixo quando comparado aos produtos anteriores. O Multix Selecionar DR é particularmente atraente para os hospitais de pequeno e médio porte em países recém-industrializados, bem como para pequenos hospitais e clínicas em países industrializados.
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