O lema do programa de governo de Juscelino Kubitschek na década de 50 de fazer o Brasil crescer ?50 anos em 5? se assemelha à história do Ipesaúde, que está há 51 anos no mercado oferecendo assistência médica aos funcionários públicos do Estado de Sergipe, e fez o seu faturamento mensal quase triplicar nos últimos cinco anos, saindo de R$ 4,5 milhões mensais (em 2007) e chegando a R$ 12 milhões por mês neste ano. De acordo com o presidente do Ipesaúde, Vinicius Barbosa de Melo, a expectativa da operadora é concluir o ano de 2013 com um faturamento médio mensal de R$ 14 milhões. Com 120.477 beneficiários, entre servidores estaduais, dependentes e servidores de alguns municípios do Estado de Sergipe, que mantêm contrato com o instituto, a carteira de clientes da operadora sofre um processo de envelhecimento, um dos principais desafios do modelo das autogestões no País. Apesar dos esforços do Governo do estado em renovar os servidores por meio de concursos públicos, metade dos beneficiários do Ipesaúde está acima dos 40 anos de idade. ?O alto percentual de beneficiários entre 0 e 17 anos, todos dependentes dos servidores públicos, decorre do fato que os titulares não pagam nenhuma contribuição adicional para incluir seus filhos até 17 anos de idade, ou mesmo até os 24 anos, caso esses filhos estejam cursando o ensino superior?, pondera o presidente. Para promover a sustentabilidade, o instituto mantém programas de prevenção e de controle de doenças crônicas. Um deles é o Programa de Educação e Promoção à Saúde do Beneficiário (PEPASB), que acompanha um grupo de aproximadamente 200 beneficiários portadores de diabetes e hipertensão, por meio de uma equipe multidisciplinar com visitas domiciliares, monitoramento dos hábitos e orientações individuais, com objetivo de obter uma melhor qualidade de vida dessas pessoas e uma redução na necessidade de internações hospitalares. ?Fornecemos, ainda, medicações para os portadores dessas doenças?, completa Melo. Diferencial Atualmente, o índice de sinistralidade do Ipesaúde está em média 76%, considerado abaixo da média dos demais planos da região, que contam com uma sinistralidade superior a 85%, chegando a alguns casos a mais de 90%, de acordo com o executivo. ?Temos diversos serviços próprios, tais como urgência, fisioterapia, ambulatório médico e odontológico, o que contribui para um maior controle no índice de sinistralidade. A regulação nos atendimentos de urgência e nos ambulatórios é a maior ferramenta na gestão da sinistralidade?, conta. Para o executivo, um dos maiores desafios da autogestão, bem como de todo plano de saúde, é o aumento das tecnologias utilizadas no diagnóstico das doenças, o que gera um aumento na utilização de exames de alta complexidade e alto custo. Exames como ressonância magnética e Pet-Scan vêm sendo utilizados cada dia mais amplamente. ?Em 2013 faremos processos de licitação de demanda de exames de alto custo, o que significa que teremos condição de negociar preços mais baixos garantindo volume quantitativo de exames, melhorando a relação custo-benefício desses procedimentos?, sinaliza. Agilidade A fim de aprimorar a governança corporativa e modernizar o sistema de gestão com a informatização dos processos, o Ipesaúde implantou a autorização eletrônica de procedimentos diretamente nos prestadores de serviços, auditoria eletrônica, acompanhamento em tempo real das internações e seus custos e acompanhamento de indicadores gerenciais por sistema de Business Inteligence. ?Reduzimos prazos de processamento de faturas dos prestadores de serviço que chegavam a 180 dias entre a realização de procedimentos e o efetivo pagamento, e atualmente o prazo é de 45 dias em média?, comemora Melo.
Além disso, o presidente da operadora conta que a entidade passou a gerenciar de forma mais efetiva os maiores focos de custos elevados, facilitando a busca de meios para reduzi-los. ?Também reduzimos fortemente a tramitação de documentos em papel, digitalizando os documentos necessários e eliminando a necessidade de grande quantidade de formulários em papel?, complementa. Redes Sociais Dentro da carteira de clientes, 33% têm até 23 anos, ou seja, é uma carteira bastante jovem e antenada em tecnologia. Por isso, o instituto tomou a decisão de ampliar os canais de comunicação e ouvidoria. Além do presencial e por telefone, há também pelo Twitter e Facebook. ?Adotamos essa forma de relacionamento por entendermos que não poderíamos estar fora das redes sociais e garantir formas mais rápidas de contato do beneficiário com o seu plano de saúde?, posiciona Melo. Mas, na verdade, de acordo com o executivo, anteriormente, sem essas iniciativas, os beneficiários terminavam utilizando outros meios para reclamar, sugerir ou buscar direitos, que eram a imprensa e o poder judiciário. ?Com a melhoria na comunicação e a abertura de meios de acesso, aproximamos os beneficiários da gestão do instituto e reduzimos a insatisfação que existia?, pondera. A Ipesaúde em números
R$ 12 milhões de faturamento médio mensal (2012)
120.477 beneficiários
57% dos beneficiários são mulheres
76% de sinistralidade média