Estima-se a realização de 1,4 bilhão de procedimentos diagnósticos no Brasil ou 7,43 exames por habitante ao ano. Os beneficiários de saúde privada, 26% da população que possui um plano de saúde, respondem por 50% do volume de exames e por 74% do financiamento do setor como um todo. Assim, é clara a heterogeneidade do acesso/utilização e do valor de remuneração entre os setores público e privado, além do significativo volume de procedimentos realizados, talvez bastante diferente do que seria o número ideal em uma estratégia bem definida. Segundo recente apresentação da Mayo Clinic, a estratégia de utilização de um teste diagnóstico apropriado é definida como a realização da atenção ao paciente com alta qualidade e custo-efetividade e sofre efeito do modelo da prática clínica, do modelo de remuneração (fee-for-service), do uso de testes obsoletos disponíveis, do conhecimento especializado, de incentivos não alinhados e das demandas sociais e dos próprios pacientes. Sugiro a visita ao link a seguir, onde poderão encontrar tal apresentação.

(http://www.mayomedicallaboratories.com/articles/hot-topic/2013/01-01-test-utilization-strategies-pt-1/index.html?utm_source=email-rapidnewsletter&utm_medium=email&utm_content=2013-01-test-util-strat-pt-1&utm_campaign=hot-topics)

A Lei da Oferta e da Demanda (ou Procura) estabelece uma clara relação entre 3 variáveis: o tamanho da procura por um produto ou serviço (demanda), a quantidade em que este produto ou serviço é oferecido ao mercado (oferta) e o seu preço de comercialização, onde
a estabilização dos dois primeiros itens leva à estabilização do terceiro, o preço. Referente à demanda há a influência da disposição dos possíveis compradores em adquirir bens ou serviços a determinados valores, na maioria das vezes em quantidades que se diz de ?melhor possível? ou restrição de demanda.

A Medicina Diagnóstica privada no Brasil está inserida no contexto pouco sustentável de relações entre setores da saúde, o conceitualmente denominado de mercado falho. A ausência de reajustes
(ou geralmente os reajustes abaixo da inflação) direcionou a estratégia de mercado para um aumento significativo da oferta de serviços, principalmente em grandes centros econômicos, visto que a ?variável? preço deixou de ser uma variável, e que a demanda ?melhor possível? inexiste, pois o consumidor ou quem indica o produto ou serviço não se limita à restrição (econômica) da demanda. Tem-se, portanto, o círculo vicioso e a resultante da própria falha de mercado ou a ausência de um equilíbrio deste, isto é, usa-se mais que o necessário, a oferta estimula a demanda e o preço tende a permanecer nos mesmos níveis.

Faz-se, então, fundamental entender a estratégia de utilização destes serviços para que se possam definir os possíveis modelos e tipos de remuneração, alinhar a demanda com a oferta e, consequentemente, criar valor a todo o setor, incluindo o paciente.