A Universidade do Vale do Paraíba (Univap), integrante do Conselho Científico formado pela ABIMO recentemente, abrirá suas portas a partir deste ano para que empresas privadas do setor de saúde desenvolvam pesquisas em suas instalações. O objetivo é que as empresas desenvolvam tecnologias inovadoras e possam concorrer frequentemente às chamadas das entidades financiadoras de pesquisas.
Para Antonio de Souza Teixeira Jr, da Univap, a iniciativa é uma novidade em termos nacionais. “Este tipo de interação entre universidades e entidades de classe é bem comum no exterior, a exemplo de países como Estados Unidos, Canadá e Japão que já fazem isto a bastante tempo. Mas aqui a iniciativa ainda é pioneira”, afirma.
Para se ter uma idéia a receita da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, que gira em torno de US$ 1,5 bilhão, conta com 77% deste valor advindo de aportes de entidades financiadoras. Apenas 23% vem do pagamento dos alunos. “Além disso, as universidades acumulam uma quantidade razoável de verbas por conta das pesquisas que são financiadas”, explica.
Teixeira afirma que o governo federal anunciou em 2007 um orçamento de R$ 41 bilhões para pesquisa e desenvolvimento, num período de quatro anos. A expectativa para 2008 é de que sejam liberados no mínimo R$ 1 bilhão. Para as empresas será uma oportunidade de desenvolverem suas pesquisas dentro do parque tecnológico, que hoje possui 25 empresas de diversos setores. Entre as de saúde estão a Lifemed, Intercientífica e Quimilab, Laboratório de Análises.
O professor da Univap afirma que a relação entre empresas e universidades sempre foi complicada, pela divergência de interesses. Mas aposta que a parceria com a ABIMO tem tudo para dar certo. “No fundo as empresas possuem um processo de desenvolvimento e interesse visando lucros. Já a universidade não é antenada para o lucro e sim para o desenvolvimento. Porém o que buscamos é um melhor desenvolvimento para o país e a pesquisa aplicada será fundamental tanto para o mercado quanto para a formação de alunos e professores”, finaliza.
Outras universidades também fazem parte do Conselho, como a Universidade de São Paulo (USP) e o INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).