A Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) acaba de anunciar o encerramento do contrato que mantinha com a prefeitura de Cotia desde 2001 e que previa o gerenciamento do Hospital Dr. Odair Pedroso. De acordo com comunicado da Unifesp, o contrato que vence em 31 de dezembro de 2004 foi rescindido em função da grave crise financeira que acometeu o Hospital de Cotia a partir de outubro deste ano, quando a Prefeitura suspendeu o pagamento mensal de R$ 350 mil. A dívida do município com o Hospital de Cotia totaliza R$ 1,4 milhão (parcelas de setembro, outubro, novembro e dezembro).
Segundo Sidnei Abdalla, diretor superintendente do hospital na gestão Unifesp, a falta de recursos, associada às ações trabalhistas movidas contra o hospital por dívidas contraídas antes da gestão Unifesp, inviabilizou a continuidade de inúmeros serviços, ocasionando o fechamento de ambulatórios, suspensão de cirurgias e remoções de urgência. O Hospital recebia diariamente 350 pacientes e realizava 10 partos por dia. Com o agravamento da crise, o atendimento hospitalar foi reduzido em 75%.
Depois de aguardar dois meses e meio por uma solução, a Unifesp optou por devolver a gestão clínica e administrativa do Hospital à Prefeitura de Cotia (interventora), principalmente após ser informada que a administração municipal não terá condições de honrar sua dívida até o final do ano. Sem esse recurso, a Unifesp não tem como pagar a folha de pagamento dos funcionários, o 13º salário e quitar dívidas com fornecedores. Conseqüentemente, médicos e funcionários estão trabalhando desmotivados e os materiais e medicamentos estão acabando.
O documento ainda destaca que ?por julgar que essa situação é de extremo risco para a qualidade dos serviços prestados pelo Hospital de Cotia à população, a Unifesp encerra o contrato, consciente de que fez tudo o que podia para evitar esse problema?.
O Hospital de Cotia está sob intervenção da Prefeitura até o final de 2005. Quando a Uifesp foi contratada, os governos Municipal e Estadual fizeram um acordo para repassar pontualmente, todos os meses, uma verba para auxiliar na manutenção da instituição, pois era de conhecimento de todos que a falta de pagamento impossibilita toda e qualquer administração séria e competente.
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