Com investimento de R$ 1 milhão, a Unicare Saúde está lançando uma plataforma de telemedicina. A ferramenta tem o objetivo de oferecer sete equipamentos modulares que trabalham para monitorar doenças de alta complexidade por meio de uma Central de Exames remota.
De acordo com a empresa, o serviço consiste em oferecer aparelhos de captura de sinais vitais como pressão sanguínea, oximetria, temperatura, peso, nível de glicemia, que são conectados via bluetooth a um receptor que transmite as informações a uma central onde os dados são analisados e armazenados —  por sinal de internet ou rede celular, a exemplo de um celular comum. 
Dessa forma, o paciente é monitorado 24 horas por dia, sem interrupções. Atualizados a cada 30 segundos, os dados podem ser acessados pelos profissionais autorizados de qualquer computador com acesso a internet, tablet ou smarthphone, em tempo real. 
Segundo o CEO da Unicare Saúde, Luiz Tizatto, o objetivo não é substituir a consulta médica, mas sim complementar o atendimento oferecendo uma orientação à distância. Ele ressalta que a solução pode ser usada tanto em monitoramento de pacientes crônicos que sofrem de diabetes, hipertensão, insuficiência cardíaca congestiva, doença broncopulmonar obstrutiva crônica, como em tratamento de antibioticoterapia, por exemplo. Nesse caso, o paciente recebe a infusão intravenosa anteriormente no hospital e posteriormente em domicilio com monitorização contínua, o que evita reinternações, aumenta o seu conforto e racionaliza custos.
O telemonitoramento de pacientes permite uma conectividade e um acompanhamento, na medida em que algumas questões podem ser pré-programadas para evitar maiores consequências. De acorodo com a Unicare, o visor irá registrar mudanças não desejadas, como o aumento de pressão sanguínea, e acionar a Central que deverá intervir e checar os sintomas do paciente ou indagar se ele tomou sua medicação na hora certa.
Em caso de alterações substanciais, uma equipe médica entra em contato imediatamente e, se necessário, faz uma visita de emergência ao paciente.  A Central poderá disparar avisos através de SMS nos celulares, e-mails ou alarmes no próprio perfil dos pacientes, para o controle de médicos, enfermeiros, cuidadores e familiares.
Além disso, a central disponibiliza atualmente 220 vídeos com dicas de saúde, sendo que o perfil do paciente será relacionadon as suas prescrições médicas, para que ele aprenda de que maneira melhorar o seu estado de saúde geral
Produção nacional
A plataforma foi desenvolvida pela i9access Tecnologia, com a qual a Unicare Saúde fez a joint-venture. A tecnologia tem cobertura continental — o único pré-requisito é sinal de telefonia móvel no local onde o paciente se encontra ? e vem sendo testada por enquanto em 30 pacientes da Unicare Saúde, em São Paulo. O tempo de desenvolvimento foi de aproximadamente dois anos.
Segundo o diretor da i9access, Alécio Binotto, é inaceitável que no século XXI, com o advento a informática e a medicina como disciplinas evoluídas, pessoas estáveis morram pelo fato de não receberem acompanhamento e conhecimento básico de saúde.
Ele ressalta que a solução de telemedicina é a única com a totalidade dos equipamentos médicos de captura de sinais vitais registrados na Anvisa. Tizatto explica que a intenção é formar um polo tecnológico que possa oferecer serviços desse tipo não apenas para os pacientes, mas também para operadoras que desejem adquirir um de seus aparelhos. Quando estiver em funcionamento, o serviço deverá custar cerca de R$500,00 para o paciente, em média, por mês, a depender dos aparelhos que forem contratados.
Cenário brasileiro
Ainda no início no Brasil, o mercado global de telemedicina movimentou US$8,2 bilhões em 2009 e deve chegar aos US$23 bilhões até 2015, segundo a consultoria BCC Research.
Dividido em dois segmentos principais, telehome e telehospitais-clínicas, o telehome deve crescer em média 22,5% no mundo e, neste mesmo percentual, também no Brasil, segundo Tizatto, a partir desse ano.
De acordo com ele, a super lotação dos hospitais e as infecções hospitalares, são dois fatores que incentivam o crescimento do segmento no Brasil, além, é claro, dos pacientes poderem contar com mais segurança e conforto.