Era uma vez, pessoas interessadas em TI de saúde que esperavam desenvolver uma grande troca de informação de saúde pública (health information Exchange ? HIE), que iria eventualmente permitir aos hospitais e clínicas médicas compartilharem dados de paciente nacionalmente. Essa esperança começa a parecer cada vez mais com um sonho. Um relatório recente da Chilmark Research por exemplo, mostra que enquanto o mercado HIE cresceu mais de 40% no ano passado, a maioria do crescimento veio da troca de informações de saúde de empresas privadas em vez da troca de informações de saúde pública, que busca a conexão atrás de fornecedores de regiões e estados. John Moore, CEO da Chilmark falou sobre o crescimento da HIEs privadas em uma entrevista recente ao Information Week Healthcare: ?Todos sabem que terão que conectar seus sistemas com o de afiliados se quiserem sobreviver à reforma de pagamento?. As razões principais para o rápido crescimento da troca de informações de saúde, segundo Chilmark, é o critério do Uso Significativo (Meaningful Use ? MU) que exigirá a interoperabilidade entre sistemas conforme os pacientes são transferidos de um estabelecimento para outro e as mudanças iminentes nos métodos de reembolso que implicam a necessidade de maior coordenação de cuidado. Enquanto a troca de informações de saúde pública pode ajudar os fornecedores a ir ao encontro dessas mudanças, as organizações de saúde tendem a abordar a troca de informações no contexto de sua posição no mercado. Além disso, muitos não querem esperar que a troca de informações pública de saúde chegue a suas áreas. Então não é surpreendente que o crescimento caia no setor privado. Entretanto, enquanto muitos provedores buscam fornecedores de HIE, alguns têm uma abordagem de base, alimentando sua própria troca de informações. Um exemplo desse modelo de construção é o Huntington Memorial Hospital, em Pasadena, Califórnia, uma instalação com 625 leitos que funciona com 3.000 médicos em 1.500 especialidades. A maioria dos médicos afiliados com o hospital, têm sistemas de registro eletrônico de saúde (EHR), mas poucos os usam de forma otimizada. Rebecca Armato, diretora executiva do serviço médico e interoperabilidade de Huntington, afirma que seu objetivo é ajuda-los a usar seus sistemas da melhor forma ao criar o que ela chama de ?comunidade conectada e colaborativa de cuidado?. O HIE Huntington conecta os hospitais e a comunidade de médicos de clínicas privadas. De forma seletiva faz a troca dos dados de pacientes entre os fornecedores. Ele envia dados entre um hospital base ou uma visita ambulatorial, por exemplo, dentro de um portal médico e para um sistema EHR da comunidade, dependendo da necessidade de cada um. O essencial para convencer a comunidade médica do valor da HIE é mostrar que a troca não irá romper seu fluxo de trabalho ou sobrecarrega-los com muitos dados, afirmou Joel Diamond, médico, na conferência nacional HIMSS desse ano em Las Vegas. Diamond é um parceiros da Handelsman Family Practice e diretor médico da dbMotion, uma fornecedora de plataforma de interoperabilidade com capacidade de integração de dados de paciente por meio de aplicações de IT. Esse processo de educação envolveu sete seminários em 2010 e 2011, com treinamentos em ?centros de inovações de médicos? em hospitais e treinamentos em consultórios médicos para explicar como usar inúmeras ferramentas de software e hardware. Como Armato e Diamond explicaram em sua apresentação no HIMSS12, o HIE gera quatro telas de interação com as quais os médicos têm que trabalhar. Primeiro, há o registro virtual do paciente, que contém dados vitais de cada paciente. Segundo, é um EHR visível dentro do hospital (Huntington usa atualmente Meditech, mas em breve mudará para Cerner). O terceiro componente no HIE é o EMR (registro eletrônico médico) da comunidade médica, e finalmente há o portal colaborativo de cuidado. O portal é um ?divisor? para os médicos, afirmou Diamond, porque permite aos médicos de diversas especialidade virem os resumos médicos dos cuidados do hospitalares de todos seus pacientes e, em seguida, ver, em tempo real, os cuidados específicos que estão recebendo. Então, se um médico quer ver seu paciente em seu consultório, pode se conectar ao portal colaborativo para descobrir se realizou uma tomografia enquanto estava no hospital em consulta com outro médico. O portal também fornece ferramentas de comunicação entre médicos, dando a eles a habilidade de criar referências ou enviar rápidas anotações para outros membros da equipe sem sobrecarregar seu fluxo de trabalho. Armato afirma que recebe muito feedback positivo de médicos usando esse tipo de HIE, incluindo comentários sobre economia de tempo e dinheiro normalmente gastos em cartas e faxes para outros fornecedores. Outros apreciam o fato de que o sistema acelerou o processo de admissão, melhorou a comunicação entre médicos e tornou o faturamento mais rápido. Apesar de muitos ainda trabalharem em busca do santo graal do HIE, hospitais como o Huntington Memorial merecem aplausos por tornarem a troca de informações uma realidade em suas comunidades. Fonte: InformationWeek EUA | Paul Cerrato
Tradução: Alba Milena, especial para o Saúde Web.