Após cerca de dois anos de tentativas sem sucesso, é comum casais procurarem descobrir por que não conseguem ter um bebê. O primeiro passo é consultar um especialista em reprodução humana, que indicará os exames necessários e as possibilidades de tratamento. Depois dessa etapa, o casal enfrenta uma série de conflitos. Entre eles, está a desmistificação da fertilização in vitro – muitos ainda têm dúvidas quanto à saúde do “bebê de proveta”.

Também há a alta possibilidade de insucesso – que vai até 70%. “Neste momento, é importante se preparar psicologicamente e ter com quem esclarecer dúvidas”, explica a psicóloga Márcia Pena, responsável pelo acompanhamento de casais na Clínica Genesis.

A importância do profissional para o casal vai desde questões pessoais, morais e éticas a discussões religiosas. Pontos que aparentam ser simples, como a data de início do tratamento e quando o casal vai contar sobre as tentativas para a família podem representar um dilema. “Questões mais complexas, como o que fazer com o embrião excedente ou dúvidas sobre congelamento de óvulos e embriões também transparecem na psicoterapia”, avalia Márcia.

Segundo ela, o acompanhamento psicológico ainda não é obrigatório, apesar de ser essencial. “Atuar para a reformulação da Lei de Reprodução Assistida está entre os objetivos da Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida”, afirma. Em agosto de 2008, foi criado, durante o 12º Congresso da SBRA, o 1º Consenso de Psicologia e Reprodução Assistida.