Em outubro de 2010, a farmacêutica norte-americana Pfizer anunciou a compra de 40% do laboratório farmacêutico brasileiro Teuto por R$400 milhões. Na época, a multinacional afirmou que a aquisição parcial do Teuto possibilitaria a ampliação e aumentaria o alcance de seus medicamentos para um maior número de pacientes, além de complementar seu portfólio no País e potencializar a participação em mercados emergentes, como o Brasil.
Um ano após o anúncio, os resultados dessa parceria já refletem significativamente nas duas empresas. No primeiro semestre de 2011, o faturamento do Teuto chegou a R$258 milhões, crescendo 41% em relação ao mesmo período do ano anterior. Segundo o diretor comercial da área hospitalar do Teuto, Eduardo Pícoli, este crescimento foi alavancado por investimentos na expansão da produção de medicamentos, ampliação do parque fabril e parcerias comerciais com a Pfizer, além de fortalecer sua divisão hospitalar.
De acordo com diretor da unidade de negócios produtos e estabelecidos da Pfizer, Adilson Montaneira, a primeira parte da estratégia foi criar uma base estrutural para o crescimento futuro dessa divisão. ?Este primeiro ano foi apenas o posicionamento e estruturação da área, que constituiu em criar a divisão hospitalar do Teuto e alavancar a parte fabril. O fato é que hoje, com a capacidade industrial do laboratório, toda nossa demanda está sendo vendida. Nós estamos indo bem e precisamos continuar melhorando nosso processo de produção para crescer cada vez mais?.
Montaneira explica que a Pfizer não possuía um portfólio variado de moléculas na área hospitalar e a aquisição do Teuto permitiu à multinacional oferecer uma gama muito maior dessas moléculas. ?Para isso ocorrer, tivemos que melhorar todo o parque fabril desde a qualidade até de capacidade de produção e foram feitos grandes investimentos na área?.
Para o Teuto, essa parceria permitiu sua entrada definitiva no segmento hospitalar, atuando na esfera privada, ainda não explorada. Para alcançar esse objetivo, o laboratório goiano contou com treinamento e reforço na equipe de vendas da divisão. ?A entrada no segmento privado foi responsável por um incremento de 10% no faturamento da empresa?, ilustra Pícoli, que completa afirmando que, para ambas as empresas, houve um aumento no número de vendas.
Com investimentos de R$20 milhões, que já haviam sendo empenhados na ampliação da fábrica em Goiânia, o Teuto está ampliando sua produção de betalactanos (penicilinas) em 230%, passando de 1,5 milhões de unidades para cinco milhões. A farmacêutica ainda pretende aumentar a produção de medicamentos injetáveis como anti-inflamatórios, anestésicos e corticóides em 30%, o que remete a um acréscimo de cerca de R$1 milhão em faturamento para o Teuto.
?Por ser um país de proporções continentais, existem regiões onde o Teuto já atuava de forma consolidada e a Pfizer, em função de seu modelo de negócio, voltado para produtos de alto custo e patenteados não chegava a essas localidades, mas com a parceria passou a atingir estes mercados por meio dos canais do Teuto?, acrescenta Pícoli.
Com um faturamento de R$3,5 bilhões no Brasil e uma perspectiva de crescimento de 3% em 2011 a Pfizer não descartou a possibilidade de adquirir os outros 60% da empresa nacional em 2014. No entanto, afirma ser cedo demais para avaliar a aquisição total do laboratório nacional.
?Não é possível dizer o que ocorrerá em 2014, mas hoje trabalhamos com esta perspectiva, tanto que a aquisição foi feita desta forma para utilizar esse período como um processo de aprendizado, diferente de outras empresas, pois entendemos que este modelo de negócio não é um modelo que a Pfizer domina?, completa Montaneira.
Teuto e Pfizer: confira os resultados dessa integração
Consolidação de mercado, crescimentos expressivos e novos nichos explorados foram alguns dos resultados gerados pela Pfizer um ano após a compra de 40% do laboratório Teuto
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