Com resultado em um dia, exame identifica contato com prévio com o SARS-COV-2

O mundo inteiro pesquisa sobre as taxas de infecção e de mortalidade do novo coronavírus. E o teste sorológico, pela metodologia ELISA, pode contribuir para fins de estudos epidemiológicos referentes ao percentual de pessoas expostas na população e que já desenvolveram anticorpos. Isso porque esse tipo de exame verifica a resposta imunológica do organismo ao vírus, detectando a presença de anticorpos produzidos após a infecção. “O exame pode ser realizado para auxílio ao diagnóstico da infecção pelo SARS-CoV-2, desde que suas restrições sejam conhecidas e os resultados interpretados corretamente por um médico, já que existe a possibilidade de falsos-negativos e falsos-positivos”, afirma a infectologista do Grupo Pardini, Melissa Valentini.

A especialista, que é assessora médica do Grupo, acredita que a realização dos testes sorológicos possa auxiliar as autoridades na elaboração das estatísticas do país e, quando estiver disponibilizado a todas as pessoas, poderá contribuir para a retomada, pouco a pouco, da convivência social. Na validação do teste,  a sensibilidade do exame de ELISA ofertado pelo Hermes Pardini foi de 86% quando o teste foi realizado após o 10º dia do aparecimento dos sintomas,. É importante ressaltar que diferentes testes sorológicos, que incluem os chamados testes rápidos, têm apresentado performance bastante desigual, sendo essencial que o exame seja realizado por laboratório médico que tenha validado previamente o teste e oriente sobre sua utilização.

Com os resultados, será possível saber com maior exatidão a situação da pandemia no Brasil e o nível da curva que estamos no momento. A médica reforça, no entanto, que para o diagnóstico de pacientes sintomáticos na fase aguda, o teste molecular, RT-PCR em tempo real, ainda é o ideal.

O teste  sorológico para COVID-19 pode ser indicado para profissionais da saúde com suspeita de COVID-19, com sete ou mais dias de sintomas pode ser realizado em domicílio ou nas unidades do laboratório em Minas Gerais, Goiânia, Rio de Janeiro e São Paulo. Pode ser uma alternativa para aqueles que precisam ser reavaliados para retomar as atividades laborais. Para atendimento nas unidades, o paciente deve estar há pelo menos 3 dias sem sintomas, afebril, sem uso de antitérmicos, e com melhora dos sintomas respiratórios. A médica reforça que não se deve ir a unidade se estiver sintomático ou no período de isolamento, recomendado por 14 dias. Com exceção dos profissionais e saúde, é necessário pedido médico para a realização do exame.

Vale ressaltar que até o presente momento não há comprovação de que o surgimento de anticorpos IgG após a infecção esteja associado com o desenvolvimento de imunidade e interrupção da transmissão do SARS-COV-2.