No
relatório Strength in Unity: The promise of global standards in the healthcare
industry (Força na Unidade: A promessa de padrões globais na indústria de
saúde, em tradução livre) a consultoria global McKinsey aponta que, em todo o
mundo, as perdas apenas com obsolescência causada por expiração da validade,
perdas ou danos aos medicamentos atingem US$ 51 bilhões por ano.
O número,
como outro que sempre citamos os 30% de perdas de estoques em hospitais
mostra o altíssimo custo da má gestão da logística. Entretanto, mesmo com um
impacto financeiro muito grande, poucas instituições têm a cultura de tratar o
gerenciamento de suprimentos de forma estratégica.
Em geral,
não se dedica uma equipe especializada para essa operação, as compras são
feitas sem muito planejamento e o estoque, por vezes, se separa entre diversos
setores, sem que haja uma visão da instituição como um todo.
Nesse
cenário, a terceirização da logística aparece como solução: uma empresa externa
especializada fica responsável por todo o processo, do recebimento dos
materiais e medicamentos até o ponto de uso.
A
terceirização pode ser benéfica tanto para instituições públicas quanto
privadas.
Em órgãos
públicos, os ganhos mais perceptíveis são os de redução de custos e
racionalização de recursos. É comum vermos notícias sobre descartes de
toneladas de medicamentos vencidos, enquanto, de outro lado, faltam remédios
essenciais ao atendimento da população. Uma empresa especializada consegue
fazer a programação adequada de compras, garantir que os insumos serão
recebidos com datas de validade, acondicionamento e quantidades apropriadas, e
se responsabiliza também pela distribuição, em quantidades corretas e
exatamente para as unidades que precisam de cada produto específico.
Nas
instituições privadas, mais acostumadas ao uso de indicadores e à gestão
financeira, além do impacto na redução de custos, ficam mais perceptíveis os
ganhos em qualidade e segurança do paciente. O atendimento se torna mais
eficiente e o rastreamento garante que o paciente certo está recebendo o
medicamento correto e na dose exata prescrita pelo médico, o que reduz o risco
de eventos adversos.
Com um
controle maior dos suprimentos, é possível aumentar as receitas com
procedimentos: com menos intercorrências, a taxa de permanência hospitalar
também cai, o que permite um giro maior dos leitos. Então, o foco em
faturamento de mat/med por paciente diminui, mas, em contrapartida, a
instituição consegue realizar mais cirurgias, que têm um ticket médio maior, e
mantém o foco em sua atividade core: o cuidado ao paciente.
O impacto
positivo da gestão da logística é inquestionável. Se no dia a dia se torna mais
importante dedicar tempo e mão de obra à área assistencial, é urgente a adoção
de alternativas para gerir os suprimentos, como a contratação de uma empresa
especializada.
Mayuli Fonseca – Diretora de Novos Negócios da UniHealth Logística Hospitalar / www.unihealth.com.br