A terapia popular, existente desde os séculos 19 e 20, abriu portas para a criação e o desenvolvimento de novas profissões na área de saúde. Essa foi a constatação de um estudo da Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP que analisou a situação da saúde pública atual.
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?O crescimento no número de especializações mostrou que, apesar de importante, a profissão médica não é capaz de atender a todas as necessidades da população?, afirmou a pesquisadora Paula Kanikadan, e autora da tese: “Médicos e farmacêuticos na terapia popular: uma trajetória de suas profissões no Estado de São Paulo e na Inglaterra (1815-1930)”.   
A pesquisadora conta que essas profissões já existiam há décadas, mas estão ganhando maior credibilidade agora, graças à demanda por novos tratamentos. O trabalho do farmacêutico, segundo Paula, é um dos que estão cada vez adquirindo mais importância na sociedade.
Além disso, a necessidade de medidas sanitárias em São Paulo reforçou a necessidade de atuação dos médicos no Estado. ?Todos sabem que as epidemias da época traziam uma série de dificuldades para a população. Nesse sentido, novas regulamentações para as profissões acarretaram em mudanças nas práticas médicas. Ao mesmo tempo, o desenvolvimento da ciência e a urbanização contribuíam para que isso acontecesse?, explica a pesquisadora.
Além disso, as tentativas por parte dos médicos e farmacêuticos de antigamente em tentar eliminar as práticas populares deram mais força às profissões tradicionais. Dessa forma, o métodos alternativos foram ficando ofuscados.
De acordo com a pesquisadora, práticas como automedicação e desaprovação de grande parte dos profissionais da saúde em relação à terapia popular foram os fatores que mais estimularam o trabalho.
Segundo ela, a 2ª Revolução Industrial foi uma das razões para incluir a Inglaterra em sua tese. ?Por ter iniciado essa revolução, o país mostrou – apesar de bastante inicial – um desenvolvimento da indústria química e, posteriormente, da indústria de medicamentos.?, disse. 
Ainda hoje a prática da terapia popular é comum. ?O conselho do vizinho, o uso de chás e outras práticas alternativas, ou seja, que não seguem a medicina convencional, são alguns exemplos. As ciências médica e farmacêutica andam ao lado das práticas populares de cura de doenças?, afirmou.
Ainda de acordo com a Paula, existe uma manutenção da terapia popular. “A Organização Mundial de Saúde está, cada vez mais, estimulando as práticas alternativas de cura”, afirmou.
No Brasil, por exemplo, o Sistema Único de Saúde criou uma política nacional de práticas integrativas e complementares, com destaque para a homeopatia, acupuntura, termalismo, meditações, orações, uso de plantas medicinais e fitoterápicos.
*Com informações da Agência USP
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