Nos EUA o self-tracking está deixando de ser uma prática restrita a integrantes do movimento Quantified Self e vem gradualmente se tornando uma tendência de massa. Quer seja através de dispositivos portáteis (como wearables devices), quer seja através de aplicativos móveis, aos poucos os cidadãos norte americanos começam a perceber o impacto que esse simples hábito pode ter na sua saúde.
Uma pesquisa recente realizada pelo Pew Research Center junto a 3.014 pessoas em todo o país revelou que nada menos que 7 em cada 10 pessoas monitoram seus indicadores de saúde, com 21% da amostra respondendo que utiliza recursos digitais para isso. Não é um número inexpressivo.
Existem diferentes motivos para que uma pessoa monitore sua saúde e a pesquisa identificou os três principais:
- 60% registram dados ligados à sua dieta, peso e exercícios físicos;
- 33% registram dados de saúde como pressão, padrões de sono e nível de açúcar;
- 12% registram indicadores de alguém sob seus cuidados.
Como era de se esperar pessoas que convivem com alguma doença crônica estão mais propensas a ser “self trackers”. Caso o paciente tenha mais de uma doença essa propensão aumenta de forma exponencial.
É curioso notar que menos de 20% dessa população compartilhada essa massa de dados com médicos e demais provedores de saúde. A pergunta que surge aqui é: qual seria o impacto no sistema de saúde se esse compartilhamento ocorresse?
Alguns bons exemplos já estão começando a tomar forma como no recente estudo realizado pela FitBit junto a pacientes que passaram por cirurgia cardiovascular. Outros irão surgir a partir de casos futuros derivados da compra da BodyMedia pela Jawbone.
O infográfico dessa semana foi desenvolvido pela Technology Advice e trouxe algumas perspectivas diferentes sobre essa questão obtidas numa pesquisa realizada pela consultoria.
Mais da metade da população de não-usuários ouvidos afirmou que a possibilidade de pagar menos pelos seus planos de saúde seria um excelente motivo para que passassem a utilizar tracking devices. Um pouco menos da metade estariam dispostos a fazê-lo se recebessem um dispositivo de seus médicos.
Um outro motivo que ajudaria muito nesse processo seria a certeza de que o uso de um dispositivo iria melhorar a qualidade do aconselhamento médico.
Isso serve como sinal de que – com a popularização da tecnologia e seu consequente barateamento – as barreiras de adoção pelas pessoas em geral estarão mais ligadas aos padrões de relacionamento entre provedores e seus pacientes. Como visto acima, bons motivos para que isso ocorra não faltam.