Esta resposta possui uma resposta clara: ANS. Antes, da invenção da Agência Nacional de Saúde Suplementar este setor de fato foi responsável por criar grandes fortunas com pouco risco, se o doente estava há muitos dias na UTI bastava que seu contrato tivesse um limite de dias de internação de UTI para que ele fosse removido para outra unidade ou hospital. Em São Paulo, havia equipes especializadas em retirar os pacientes de hospitais de alto custo e removê-los para rede própria ou até mesmo o SUS em caso de transplante. Esta foi a época em que nasceu Samcil, Golden Cross, Blue Life, AMESP planos que cresceram muito e cujos sócios só conheciam resultados positivos ano após ano. Porém, após a instalação da ANS, o consumidor passou de fato a ser respeitado e se antes podia tudo, agora a legislação passou a estabelecer uma série de direitos dos pacientes, como internação ilimitada em UTI. Se por um lado houve um encarecimento dos planos de saúde para pessoa físicica e jurídica, por outro houve a consolidação natural do setor, em que a grande maioria das antigas seguradoras não se adaptou a nova realidade e quebrou ou foi consolidada por um dos grandes players. Neste sentido, as operações meramente financeiras como a Tempo Assist se mostraram como tentativas frustradas de fazer dinheiro num setor que passou a ser extremamente regulado e com margens cada vez mais apertadas, em função da crescente incorporação tecnológica existente, via rol de procedimentos. Nesta nova realidade, o ganho financeiro vai para a tecnologia de ponta, como os exames de diagnóstico por imagem e as novas formas de tratamento ou medicamentos, protegidas por patente. Não é a toa que os profissionais de saúde estão se capacitando intensamente para lidar com as videolaparoscopias, cirurgias robóticas, cirurgias minimamente invasivas, áréas que prometem grande crescimento para os próximos anos e que garantem uma remuneração muito acima da média.
Tempo Assist encerra negociações para venda da operação
SÃO PAULO – A Tempo Assist – empresa que atua na área de saúde e tem como maior acionista o fundo de investimento GP – encerrou as negociações para venda de sua operação e pretende agora focar na expansão orgânica, principalmente, por meio da parceria firmada com a seguradora da Caixa. A companhia informou, por meio de comunicado, “o fim da prospecção de oportunidades estratégicas conduzida pelos bancos BTG Pactual S.A. e UBS Securities LLC”.
Em outubro do ano passado, a Tempo estava negociando a venda de até 100% do seu capital. Segundo o Valor apurou na época, a Tempo chegou a ser avaliada pela operadora Amil, seguradoras Bradesco Saúde, Mapfre e SulAmérica; a corretora Qualicorp, além da gigante United Healthcare, empresa de saúde dos Estados Unidos que quer entrar no país.
Há cerca de três meses, a Tempo contratou para o posto de CEO, Marco Aurélio Couto, ex-presidente da seguradora Ace.
A Tempo encerrou o segundo trimestre com receita líquida de R$ 258, 3 milhões, o que representa um avanço de 7,5% em relação ao mesmo período do ano passado. Porém, o lucro líquido caiu 36% ficando em R$ 4,1 milhões. A última linha do balanço foi impactada pelo aumento nos custos dos serviços prestados, que avançou quase 12% e atingiu R$ 196,6 milhões. Houve também queda na receita financeira, que caiu de R$ 6,4 milhões para 1,6 milhão no período.
Fonte:Beth Koike ,Valor Econômico, 15/08/2011