Dr Roberto de Magalhães carneiro de oliveira, do Hospital Alemão Oswaldo Cruz (HAOC), apresentou na Conferência Internacional de Telemedicina que acontece no próprio serviço, o projeto de Telemedicina do HAOC em parceria com o SUS e comentou que este é um dos projetos de sustentabilidade do hospital.
O projeto dá suporte a hospitais públicos em casos de AVCs agudos e procura atender todas as formas de AVC. A central do Hospital Alemão presta atendimento 24h por dia para capacitação dos hospitais e Dr. Roberto acredita que isto promove a criação de outros centros de referências regionais. As etapad consistem na implantação de melhores práticas, de protocolos clínicos, de índices e métricas, na capacitação de profissionais e na contribuição para desenvolvimento da autonomia dos hospitais. O primeiro atendimento foi no Hospital de Restauração em Recife, com alto índice de atendimento de pacientes com avc e altos índices de mortalidade nesses casos. Em seguida, o Hospital Municipal Pimentas Bonsucesso, em Guarulhos, foi inserido no projeto.
Foi realizado o desenvolvimento de fluxograma do HAOC e adaptação para outros hospitais. Foi inserido prontuário eletrônico da philips, possibilitando que o hospital matriz e o hospital remoto pudessem fazer laudo, consulta de tomografia, controle de dados e índices. Foi utilizado o equipamento da Cisco para verificar todas as medidas e índices do paciente e feita uma seleção de médicos especialistas em AVC para a realização dos treinamentos e do manejo das máquinas. Além disso, foram promovidos treinamentos no hospital remoto com presença de membros do conselho gestor, ou seja, representantes da população.
Com os dados de pós-atendimento (6meses), pôde-se verificar melhora nos indicadores. No Pimentas Bonsucesso, a intervenção começou em setembro do ano passado, e somente em dezembro foi feito o teste piloto e foram iniciadas as teleconsultorias. Os dados de setembro a dezembro foram considerados os pré-intervenção e de dezembro a março, pós-intervenção. A taxa de trombolise subiu de 40 para 100%, Tempo de atendimento diminuiu, a mortalidade por AVC caiu 88%, e, especificamente, por avci caiu 73%. Por último, o índice de complicações neurológicas caiu 55%.
Podem ser consideradas algumas dificuldades, como a longa distância entre os dois hospitais, acarretando maiores gastos em caso de necessidades de visitas extras, por exemplo; a instalação da banda larga com fibra ótica; a transmissão de imagens de tomografia; o treinamento contínuo das equipes, porque a rotatividade nestes hospitais é alta; a resistência das equipes de emergência dos hospitais remotos e; o levantamento de dados de trombólise em hospitais públicos sem prontuários eletrônicos para comparação do pré-intervenção e pós-intervenção.
Já nos benefícios, notam-se melhoras dos indicadores de qualidade e segurança, desenvolvimento dos atendimentos de AVC, implantação de protocolos de atendimento e, para surpresa do hospital, redução no tempo do início dos sintomas até a porta do hospital já que o Conselho Gestor formado por representantes da população ensinou para a comunidade quais eram os sinais da patologia.
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1) Telemedicina no Hospital Alemão Oswaldo Cruz