Segundo um novo estudo, a segurança do paciente melhora quando o serviço de telefármacia apoia médicos em hospitais rurais quando farmacêuticos não estão disponíveis. Como base de exemplo, 30% dos pacientes hospitalizados tinham um ou mais erros em suas prescrições de medicamentos. Mas quando as prescrições foram enviadas e analisadas por farmacêuticos da University of California Davis Health System, eles encontraram os erros em 19,2% dos pedidos.
?A telefármaciar representa uma alternativa potencial para a análise de medicações por farmacêuticos em hospitais rurais?, concluiu o relatório na revista Telemedicine and e-Health.
De fato, pesquisadores da UC Davis e da University of Utah Schools of Medicine, perceberam que menos da metade das instalações rurais têm farmacêuticos na equipe durante todo o tempo (vale lembrar que o estudo foi feito nos Estados Unidos; N. da. T.); e como era de se esperar, os hospitais rurais ou em locais de difícil acesso têm o maior índice de incidentes com erros de medicações do que os outros hospitais.
O estudo do UC Davis envolveu seis hospitais rurais localizados num raio de 112km a 370km do centro médico acadêmico. Os dados de base fora coletados de 70 pacientes em 5 das instalações e os seis hospitais envolvidos no estudo encaminharam pedidos para 302 pacientes para farmacêuticos da UC Davis durante o período do estudo. A maioria dos erros percebidos foram pequenos, mas alguns podiam ter causado sério danos ao paciente se não houvessem sido prevenidos.
Quando uma medicação é prescrita para um paciente, as enfermeiras nas instalações rurais enviavam um fax para os farmacêuticos da UC Davis. O fax incluía o pedido da medicação, uma lista das medicações usadas pelo paciente e um complemente com o nome, peso e alergias. Se fossem necessárias mais informações, o farmacêutico entrava em contato com o hospital.
Glen Moy, programador sênior do California Healthcare Foundation, que financiou o estudo, disse à Information Week Healthcare que ficou intrigado com o uso de faxes para a comunicação entre os hospitais e os farmacêuticos: ?Se chegarmos ao ponto onde a informação esteja disponível eletronicamente, as coisas ficariam mais fáceis?.
Outra parte do estudo envolvia o uso de câmeras localizadas nas instalações rurais para o farmacêutico verificar se a medicação correta havia sido retirada da farmácia. Mas apenas 65 remédios foram verificados visualmente pelo vídeo, a maioria em um hospital, onde era preciso que uma enfermeira realizasse o processo. Dois erros de dosagens foram identificados nessa fronte.
O número de pacientes no estudo foi limitado em parte por conta dos problemas com o fluxo de trabalho nos hospitais rurais. Mas a UC Davis teve problemas até mesmo com a análise dos pedidos recebidos porque não conseguiu contratar farmacêuticos para participarem do estudo, um problema que recai sobre a falta de especialistas na área nos Estados Unidos. Como consequência, os farmacêuticos do centro tiveram que se desdobrar para analisar os pedidos adicionais.
Moy concordou que os farmacêutico estavam atribulados. Mas em sua análise, a aplicação da telefarmácia não deve depender do aumento de profissionais na área: ?A solução deve ser o uso da tecnologia de forma mais efetiva?.
Ele especulou, dando o exemplo que grandes hospitais, como os da California, poderiam forma um rede de telefarmácia para lidar com os pedidos de análise. Dessa maneira, se um centro médico não puder disponibilizar um farmacêutico, outro profissional, em outro local, poderia avaliar a prescrição: ?Todos juntos poderiam cobrir a demanda?. É possível até mesmo listar hospitais de outros estados, ele acrescentou.
Também observou que os provedores podem usar a telehealth (telesaúde) para outros propósitos além da avaliação de prescrições de medicamentos, tal como a consulta com especialistas.
?É uma questão de usar de forma efetiva fontes e especialistas. E não apenas nas áreas rurais; há comunidades urbanas que têm acesso limitado a farmacêuticos e outros provedores. Toda esse tele-tecnologia é uma solução potencial para essas comunidades?.
A California Healthcare Foundation investiu recentemente em uma empresa de telefarmácia chamada Pipeline que também recebeu investimento privado. Observado que o UC Davis não pode manter o serviço por causa do custo, Moy afirmou que ouviu dizer que a tecnologia da Pipeline é mais barata: ?É o setor privado entrando na área para descobrir uma solução de baixo custo?, finalizou.
Tradução: Alba Milena, especial para o Saúde Web.
Fonte: Ken Terry InformationWeekEUA
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