No setor da saúde, os dados se tornaram fundamentais para garantir que as equipes médicas possam melhorar o atendimento e o tratamento dos pacientes. No entanto, é um desafio cada vez maior gerenciar esses dados não estruturados, que inclui grandes volumes de imagens, textos e vídeos, armazenados em silos amplamente distribuídos e em rápido crescimento.

 A tecnologia legada retarda a agilidade das decisões médicas e gera tempo maior de espera para acessar informações e diagnósticos importantes. Os hospitais podem ter dezenas de aplicações diferentes para armazenar, estudar, analisar e diagnosticar, e os médicos precisam de uma saída simples, eficaz e rápida para navegar nessa montanha de dados.

Além disso, os profissionais de saúde enfrentam o desafio de proteger essas informações privadas contra a crescente ameaça de ataques cibernéticos. Investir em uma estratégia moderna de dados é uma maneira de otimizar a performance dos médicos e a experiência dos pacientes.

O acesso às informações aumenta a produtividade

Os médicos precisam ter visibilidade dos dados relevantes do paciente para informar suas decisões sobre a melhor via de tratamento. Um exemplo são os sistemas de armazenamento de imagens e comunicação (PACs) para clínicas, que gerenciam o fluxo de trabalho de imagens produzidas por modalidades de imagem, como scanners de tomografia computadorizada (TC), de ressonância magnética e raios-X.

Os PACs são usados ​​por radiologistas para fornecer um diagnóstico a partir da análise dessas imagens. Eles podem entregar entre 8 mil e 12 mil diagnósticos por ano e, para isso, os radiologistas precisam ter acesso contínuo aos exames. Historicamente, quando os dados médicos são armazenados em silos separados, isso não é possível, o que leva a um atraso no tratamento.

No ano passado, a IDC previu uma média de 270 GB de dados de saúde gerados por pessoa no mundo. Dados clínicos isolados impedem que os médicos identifiquem correlações no tratamento ou na doença, o que, por sua vez, pode levar a diagnósticos incorretos ou atrasos no tratamento enquanto o médico busca as informações precisas. Ao invés disso, consolidar as informações em um “pool” de dados elimina gargalos no acesso às informações, tornando-as sempre disponíveis e com desempenho, prontas para consumo por qualquer especialista, pesquisador ou algoritmo de IA para melhorar a velocidade do diagnóstico.

Resultados mais rápidos com Inteligência Artificial (IA)

Os profissionais já estão incorporando a IA em suas tomadas de decisão, para apoiar diagnósticos e aumentar a produtividade, permitindo, por exemplo, a análise de 2 mil imagens geradas por uma ressonância magnética e distinguir aquelas que contêm anomalias ou problemas médicos que devem ser examinados por um profissional.

Embora o diagnóstico final permaneça fundamentalmente uma responsabilidade humana, a IA em imagens médicas atua como um radiologista virtual e pode melhorar muito a qualidade e a produtividade dos diagnósticos, priorizando resultados de exames, imagens ou encontrando semelhanças entre estudos para comparação. Para fazer isso, a infraestrutura de armazenamento precisa ser escalonável, eficiente e simples de usar para simplificar a adoção de ferramentas de IA nas cargas de trabalho modernas de PACs.

Proteção contra ransomware

A ameaça de ciberataques e a popularidade do ransomware não podem ser ignoradas quando se trata de hospitais e instalações médicas, devido à natureza crítica e privada dos dados envolvidos. As consequências do tempo de inatividade devido a um ataque cibernético podem ser desastrosas para vidas humanas. Quanto mais tempo os sistemas clínicos forem desligados, maior será o risco para o paciente. No Brasil, em 2021 o setor da saúde foi o mais afetado, segundo a ISH Tecnologia, registrando mais de 39 mil alertas de tentativas de ataques.

À medida que o ransomware se torna mais sofisticado, ele escapa dos programas de antivírus por mais tempo e se incorpora em arquivos clínicos ao longo de semanas e meses. É um problema que requer uma abordagem sólida de proteção e um plano de restauração para quando ocorrer uma violação. As instalações médicas precisam de soluções que forneçam proteção dupla, com captação de snapshots imutáveis ​​de dados para que os hackers não possam excluir ou criptografar informações e fornecer também a capacidade de restaurar em velocidade e escala. Algumas soluções fornecem desempenho de recuperação de dados de até 270 TB por hora, o que fará com que as instalações voltem a funcionar rapidamente se o pior acontecer.

O acesso rápido aos dados pode otimizar os tratamentos

A saúde do futuro deve ser apoiada por soluções capazes de reunir todos os dados do indivíduo em um único ponto de acesso para tratar o paciente como um todo, em vez de examinar um único problema médico de cada vez. Trata-se de reunir conhecimentos de medicamentos, imagens e IA para melhorar a detecção e o conhecimento de doenças e fornecer uma experiência muito melhor ao paciente, com diagnóstico e tratamento mais rápidos. Ao quebrar silos de dados e adotar uma plataforma unificada de armazenamento rápido de arquivos e objetos, por exemplo, os médicos estarão em uma posição suficiente sólida para acessar e analisar dados, e melhorar a tomada de decisões.

Simplicidade e disponibilidade contínua de aplicações e dados críticos são fundamentais, pois o setor de saúde simplesmente não pode arcar com o tempo de inatividade ou deixar de explorar o valor de seus dados vitais. Manter o foco em usar os dados de forma eficaz, permite diagnósticos em tempo real, tratamentos e resultados mais rápidos, e salva vidas.


(*) Paulo de Godoy é country manager da Pure Storage