Um programa de informatização reduziu de 3 horas para 70 minutos o tempo de espera, dos cerca de 60 pacientes atendidos por hora (um por minuto), na Farmácia do Instituto Central (IC) do Hospital das Clínicas, de São Paulo. A instituição passou a economizar 39% na aquisição de remédios desde que informatizou o atendimento. A Secretaria da Saúde investe, por ano, R$ 80 milhões em medicamentos para a distribuição gratuita no complexo do HC, exceto as drogas de alto preço, reembolsadas pelo governo federal. Mais da metade desse recurso financeiro se destina à farmácia do instituto. A informatização melhorou a distribuição aos milhares de pacientes sem recursos que procuram a farmácia do IC. No ano passado, 100 mil pessoas foram atendidas, com um total de 6 milhões de remédios grátis. Em 2002, compareceram 64 mil pacientes, que levaram para casa 3 milhões de medicamentos.
Conforme informações da Imprensa Oficial, o novo sistema de farmácias começou no seu instituto por ser a maior unidade de remédios do complexo hospitalar das Clínicas. Antes do computador, qualquer paciente conseguia retirar o mesmo produto quantas vezes desejasse. Bastava solicitar a transcrição da receita a profissionais de diferentes especialidades. Agora, a pessoa retira o remédio prescrito para tratamento por 30 dias e tem sua receita eletrônica monitorada pelo sistema de informatização. Só recebe a quantidade que de fato precisa e foi solicitada pelo profissional de saúde. Se houver retorno no próximo mês, o computador marcará sua volta.
Assim que pega a prescrição do médico, o paciente a entrega ao funcionário que emite o documento eletronicamente. Se o remédio for de uso contínuo e ele precisar voltar, terá dia e horário marcados pelo computador, bem como o saldo de medicamento a que ele ainda tem direito, até zerar a determinação médica. O único gargalo ainda nos setores ambulatorial e de remédios especiais é o funcionamento da fila de pacientes com receituários novos, que acabaram de ser expedidos pelo médico. Diariamente, são emitidas 1,3 mil prescrições, e como não existe horário marcado, o interessado vai diretamente à farmácia logo após a consulta. Mas, se houver retorno para nova retirada de medicamento, já terá seu horário estipulado na receita eletrônica.
De acordo com a Coordenadoria de Planejamento em Saúde, a informatização das farmácias de medicamentos especiais permite que a secretaria avalie melhor os efeitos dos remédios administrados em cada tipo de tratamento. Como o sistema é informatizado, os especialistas podem acompanhar eventuais problemas encaminhando dados ao setor de fármaco-vigilância da Secretaria da Saúde.
Desde julho, os pacientes do Hospital de Base de São José do Rio Preto têm à disposição o mesmo sistema de distribuição de medicamento de alto custo adotado no Instituto Central do HC de São Paulo. O modelo também será usado em Campinas, brevemente, no hospital da Unicamp, por iniciativa da Direção Regional de Saúde (DIR). Em Rio Preto, a distribuição automática é fruto de trabalho conjunto entre a Secretaria de Estado da Saúde, que forneceu o programa de informatização, e da unidade hospitalar, que cedeu espaço para a instalação da farmácia.