As transformações sociais pelas quais o mundo passa atualmente tornaram fundamental o debate a respeito da sustentabilidade nos negócios de empresas. E isso tem razão de ser: afinal, pensar no impacto – econômico, social e ambiental – das atividades que um negócio tem no mundo influencia diretamente na construção da reputação das marcas nos dias de hoje.

Para se ter uma ideia da relevância desse tema, uma pesquisa feita pela agência norte-americana Union + Webster e divulgado pela Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep) indicou que 87% da população brasileira prefere comprar produtos e serviços de empresas sustentáveis. Mais que isso: 70% afirmaram que não se importariam em pagar um pouco mais por isso.

Em outro estudo, dessa vez do Institute for Business Value (IBV), empresa ligada à gigante de tecnologia IBM, nove em cada dez companhias disseram que pretendiam trabalhar iniciativas ligadas à sustentabilidade em 2021; além disso, 84% dos consumidores entrevistados disseram que a preocupação com o meio ambiente é moderadamente importante.

Agora, pense: se a sustentabilidade nos negócios tem um impacto tão grande na forma como os consumidores e outros players enxergam as empresas na sociedade, é importante que essas ações sejam estendidas também para a vitrine da empresa.

Ou seja, os eventos criados para divulgar ações e outras participações das companhias precisam também estar de acordo com suas políticas de sustentabilidade. Por isso, a aplicação de conceitos ESG – do inglês “environmental, social and governance” – deve também ser executada no planejamento e realização de eventos, sob pena de ouvir críticas negativas caso isso não seja planejado.

 O que é ESG?

A sigla em inglês significa “meio ambiente, social e governança” e abrange as principais áreas em que é preciso pensar em uma atuação consciente e sustentável. Ela surgiu em uma reunião sobre o tema feita pela Organização das Nações Unidas (ONU) com algumas instituições financeiras.

No campo dos eventos, a sustentabilidade é orientada pela norma ISO 20121, que trata das práticas mais sustentáveis na realização de qualquer tipo de encontro (seja ele empresarial, esportivo ou cultural, por exemplo).

 

A norma fala das melhores práticas para alcançar um evento com menor impacto e abrange desde a observação do consumo de água e produção de resíduos sólidos até a taxa de emprego e a forma de seleção de fornecedores e trabalhadores.

Como criar eventos mais sustentáveis?

Como dito anteriormente, as pessoas estão cada vez mais em busca de consumir marcas, serviços e produtos de forma consciente. Atentas a isso, as empresas estão buscando cada vez mais observarem detalhes que possam reforçar o seu comprometimento com a sustentabilidade especialmente em seus eventos – quando o nome da instituição está sob os holofotes do público em geral.

Nesse sentido, a transparência na organização dos eventos é item fundamental para garantir que todas as ações sejam feitas de forma clara e consciente. Ou seja, de nada adianta vender uma imagem de preocupação com os resíduos sólidos, por exemplo, se algum fornecedor reconhecidamente poluidor do ambiente for contratado sem uma checagem prévia.

Além dela, há outras medidas que estão cada vez mais se consolidando como boas práticas sustentáveis no mercado de eventos e que devem se tornar cada vez mais fortes nos próximos anos. São elas:

  • avaliação de cadeia de compras e fornecedores, com a aquisição apenas de produtos certificados e vindos de empresas que estejam comprometidas com a ética e a responsabilidade social e ambiental;
  • gestão da produção e tratamento de lixo, com um planejamento para evitar a geração de resíduos em excesso e ainda o encaminhamento deles para centros de reciclagem, quando possível;
  • gestão hídrica, consumindo menos água ou reutilizando quando possível;
  • uso de tecnologia, criando eventos online sempre que possível e reduzindo, assim, gastos com deslocamento, por exemplo;
  • cuidado com a qualidade de vida do colaborador, cuidando para que exista período de descanso e espaços onde ele possa se alimentar; fornecendo refeições, prezando pelo tratamento digno deles;
  • criar ações sustentáveis com comunidades carentes, usando trabalhadores locais para produzir brindes ou outros trabalhos que possam ser feitos localmente, gerando emprego e renda naquela região;
  • neutralização da emissão de carbono, utilizando empresas que trabalham com isso para compensar a pegada que o evento terá (o que deve gerar mais empregos para o setor);
  • realizar eventos em locais sustentáveis e com uma política clara de cuidado com o meio ambiente e com a sociedade.

Por fim, vale lembrar que as tendências para eventos mais sustentáveis são permanentes e devem seguir evoluindo. Por isso, mais cedo ou mais tarde, todas as empresas que prezam por sua imagem deverão adotar essas e outras medidas para continuarem com uma boa reputação.