O aumento de casos de infecção hospitalar provocada pela superbactéria KPC no Brasil reforça a necessidade de melhorar o sistema de vigilância de resistência bacteriana e de discutir as formas de prevenção. Essa é a visão da professora de infectologia da Universidade Federal de São Paulo, Ana Cristina Gales, em reportagem de O Estado de S. Paulo.  “Muitos hospitais não sabem como e para quem mandar amostras”, disse.

Ela considera simplista a versão que atribui a resistência bacteriana apenas ao abuso de antibióticos. “As razões que levam uma bactéria a driblar a ação dos antibióticos não são totalmente conhecidas. O abuso do medicamento pode interferir, mas não é o único fator”, explica.
“Antibióticos são levados para o ambiente de diversas formas. Isso também tem de ser analisado.” Uma das formas de bactérias do meio ambiente terem contato com antibióticos é por meio de dejetos de esgotos de hospitais e da produção da indústria. Outro ponto relevante é o uso dos medicamentos na agricultura e no tratamento de animais.
Balanço
Até a última terça-feira (12) haviam sido registrados no Distrito Federal 187 casos suspeitos de infecção pela superbactéria. Na capital paulista, ela foi identificada no Hospital das Clínicas e no Hospital Heliópolis (mais informações nesta página). A Unifesp confirmou que amostras de Pernambuco, Bahia, Espírito Santo, Paraíba, Bahia, São Paulo, Rio e Rio Grande do Sul eram de KPC.
Técnicos sabem que pacientes de outras partes do País foram infectados, mas os casos não foram comunicados à Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa). Para reduzir essa lacuna de informação, será discutido na Anvisa um Plano Nacional de Microagentes Multirresistentes. O documento prevê que a comunicação das infecções multirresistentes às autoridades sanitárias passe a ser obrigatória.
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