•              Normalmente não existem monitores nas enfermarias de isolamento. A infecção por COVID-19 é ‘traiçoeira’, pois os pacientes podem ter piora rápida da oxigenação longe dos olhos da equipe médica.

•              Oxímetro de alta resolução da Biologix permite a monitorização do nível de oxigênio e da frequência cardíaca

•              Dois hospitais da capital paulista já estão testando o produto

O problema da COVID -19: qual paciente vai piorar?

A infecção respiratória causada pela COVID-19 traz um desafio inusitado. Diferente da maior parte das pneumonias, pacientes internados em quartos de isolamento na enfermaria, aparentemente estáveis, podem ter uma deterioração rápida, evoluindo para insuficiência respiratória potencialmente fatal, em questão de horas. A piora requer um reconhecimento rápido para que sejam realizadas medidas para a preservação da vida, como oxigênio suplementar, ventilação com máscara ou até mesmo transferência para a UTI.

O ideal seria, portanto, monitorar continuamente esses pacientes, o que só acontece em UTIs ou semi-intensivas, que já estão lotadas com casos mais graves.

A solução da Biologix

A startup de tecnologia paulista Biologix foi fundada há cinco anos para realizar o monitoramento remoto de pacientes. O primeiro produto, já no mercado há 15 meses, é uma plataforma que permite à médicos e profissionais de saúde realizarem com seus pacientes um exame simples, inovador e de baixo custo para o diagnóstico da apneia do sono. A solução é baseada em um oxímetro de alta resolução, que conta com certificações da ANATEL e ANVISA, um app para celulares e softwares na nuvem. O exame é feito remotamente, na casa do paciente.

A tecnologia contra o Coronavírus

Com a crise atual, em poucas semanas, a Biologix desenvolveu uma nova tecnologia, seguindo sempre o seu conceito de monitoramento remoto de pacientes, mas, dessa vez, para resolver o problema de monitoramento do nível de oxigênio e frequência cardíaca de pacientes internados em áreas de isolamento nos hospitais.

O paciente internado recebe o oxímetro e um smartphone dedicado. O sistema é acionado, automaticamente, a cada cinco minutos, sem qualquer intervenção do paciente ou da equipe; capta os sinais que são enviados, em tempo real, para uma plataforma na nuvem da Biologix e, de lá, para um computador localizado no balcão da enfermaria do hospital. O computador pode captar sinais de dezenas de pacientes, fornecendo gráficos de tendência, bem como alarmes visuais. Os profissionais acompanham os dados, de forma precisa, sem a necessidade de entrar no quarto. 

A Biologix permite instalar um monitor típico de semi-intensiva em qualquer enfermaria ou hospital de campanha, com custo baixo, sem equipamentos hospitalares caros. Basta que o local tenha um computador ou tablet conectado à internet, que passa a funcionar como uma Central de Monitoramento.

De acordo com o engenheiro eletrônico e fundador da Biologix, Tácito de Almeida, o oxímetro da Biologix é preciso, tendo sido calibrado seguindo normas rigorosas e validado no laboratório do sono da Disciplina de Pneumologia do Instituto do Coração (InCor). O produto foi utilizado em 304 pacientes que realizaram polissonografia completa, simultaneamente, com o monitor da Biologix, sob a supervisão do professor Geraldo Lorenzi Filho.

Tácito explica que já havia um volume de produção de oxímetro definido para este ano, focado na apneia do sono. No entanto, com a COVID 19, os fornecedores estão trabalhando para produção acelerada, em grande escala.

“Todas as funcionalidades foram criadas em tempo recorde e, graças à um íntimo contato com as equipes médicas que atuam na ponta, o produto segue com melhorias contínuas. Nosso objetivo é entregar soluções simples e eficientes para a equipe de saúde que está no campo de batalha, quer seja em hospitais tradicionais ou em hospitais de campanha. Estamos preparados para ajudar todo o Brasil, e já temos demanda internacional”, explica Tácito. 

Segundo o empresário, o produto é brasileiro, mas essa não é uma solução apenas para o Brasil, mas sim, para o mundo.  

 

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Legenda – O sistema é composto de um oxímetro colocado no dedo do paciente, um celular e um computador. A tela pode mostrar os sinais em tempo real de dezenas de pacientes.