Caros Amigos,

Como o SPA mais antigo do Brasil está fazendo para se manter uma referência nacional e internacional? Investindo não só em novas instalações, mas também em marketing. Uma grande responsável deste processo é Marianne Brephol, terceira geração dos fundadores e que assumiu recentemente o departamento de marketing da companhia. Marketing num SPA???? É isso mesmo, Marianne fica no eixo Curitiba, São Paulo fazendo contato com jornalistas, empresas, clientes para ninguém esquecer que o SPA existe e que está cada vez melhor! Na semana passada eles estavam com stand no Congresso de Nutrologia e aproveitaram o evento para lançar dois livros sobre dietas de baixa caloria. Imperdível ! O Nutrologista responsável, Dr.Claudio Barbosa está no Lapinha depois de realizar especialização na Europa em Medicina de SPA. Acreditem, na Europa SPA não é local somente para emagrecer, mas para descansar e colocar o corpo em ordem, dada a correria do dia a dia. E você está rejuvenescendo o seu negócio?

Um forte abraço,

Equipe Empreender Saúde

Valor Econômico, 27/09/2010

Ao sul de Curitiba, Lapinha investe para tratar do corpo e da alma

Quando, nos anos 60, comprou uma propriedade com 550 hectares na Lapa (PR), a 90 quilômetros de Curitiba, o foco da empresária e bordadeira Margarida Bornschein Langer não era apenas o lucro. Ela deixou Curitiba e começou o cultivo de produtos orgânicos porque queria tornar conhecida a prática da nutrição saudável que conheceu na Suíça e a livrou de problemas gástricos. Mas foi além e, em 1972, inaugurou o embrião da clínica naturista que virou o Lapinha Spa, hoje procurado por empresários, executivos e profissionais liberais que buscam, além de paz e sossego, controlar o estresse, reduzir o colesterol, emagrecer e reaprender a comer, entre outros tratamentos.

A empresa investiu R$ 5 milhões (25% em recursos próprios 25% do BNDES e 50% do mercado financeiro) nos últimos dois anos e agora prevê ampliações para 2011 e 2012, incluindo um refeitório e mais quartos. Lapinha deve faturar R$ 8 milhões em 2010.

Há 31 anos o negócio é tocado por um dos netos de Margarida, o curitibano Dieter Brepohl. Formado em economia e direito, ele foi bancário e missionário da International Fellowship of Evangelical Students (IFES), da qual hoje é presidente do conselho de administração. No spa, antes das refeições, conduz orações e, às quartas-feiras, coordena momentos de reflexão bíblica aos interessados, na biblioteca.

Brepohl diz que o Lapinha tornou-se rentável nos anos 80, quando tinha capacidade para atender 25 pessoas, e desde então sempre fechou o balanço no azul. Atualmente comporta 60 hóspedes e há planos para chegar a 80. “Não queremos crescer muito. Estamos focados na qualidade”, diz Brepohl, com forte sotaque alemão – ele só aprendeu português aos 7 anos de idade, quando foi para a escola.

O executivo diz que recebe propostas de parcerias e estuda a possibilidade de replicar o empreendimento. Mas observa que não se trata de algo fácil levar o “DNA da Lapinha” para outro endereço. “Teria de ter um espaço diferenciado, boa localização, investidor, equipe. Não é um simples processo de franquia. Mas há a ideia e estamos trabalhando nela”, diz Brepohl. Quem conhece a clínica, sabe do que o executivo está falando.

Para se chegar ao Lapinha, a 1h20 de carro de Curitiba, para o sul do Estado, é preciso passar por propriedades rurais com vacas e ovelhas e percorrer dois quilômetros de estrada de terra. Brepohl conta que mais da metade dos hóspedes procuram a clínica devido a estresse e ficam ali uma semana, geralmente nos últimos dias de férias, para recomeçarem bem no trabalho. Os primeiros dois dias são para desintoxicação alimentar. A dieta é sempre ovo-lacto-vegetariana, com 420 a 2 mil calorias diárias, de acordo com o objetivo e a orientação médica.

Os paulistas respondem por 60% da ocupação. Lá dorme-se cedo e acorda-se cedo e há horários para tudo, sob as regras da ordenoterapia ou terapia do biorritmo. Os pacotes de uma semana custam de R$ 2,5 mil a R$ 4 mil, dependendo das acomodações. “Não cremos em mudanças radicais, mas em micromudanças, que trazem bons resultados”, explica o empresário. Segundo ele, 90% dos clientes indicam o spa a amigos e 76% dos que retornam não têm o problema do “peso flutuante”, aquele sobe-e-desce na balança.

Mas como manter a qualidade dos serviços em área rural, afastada da cidade? A Lapinha tem 150 empregados, sendo 80 na clínica (sendo quatro médicos) e o restante em outras atividades – do homem que ordenha as vacas, passando pelo que produz queijo ou planta verduras. Trinta moram na propriedade. Brepohl diz que paga salários competitivos e oferece oportunidades, por isso consegue ter empregados fiéis. Nesse grupo estão o médico Jona Haertel, na casa há 35 anos; o jardineiro José Francisco de Paula Silva, que também chegou em 1975; e a cozinheira Dalcioni Pereira Rodrigues, há 27 anos no Lapinha. Quando há contratações, o mais antigo ensina o mais novo e convidados do Brasil e do exterior são levados para dar palestras e treinamentos.

Brepohl também tem o apoio da família. A esposa, Margareth, é psicóloga e diretora de qualidade, e duas de suas três filhas trabalham com ele. “O mercado de spas está em aquecimento”, diz ele. O aumento da renda supriu necessidades básicas e as pessoas passaram a buscar o que antes não tinham condições de pagar.

O Lapinha se apresenta como o primeiro spa do Brasil. Mas a concorrência vem crescendo, com hotéis e resorts passando a oferecer novos serviços. O empresário diz que também há a concorrência do ramo holístico, com alguns focados em budismo, mas ressalta que sua proposta busca “atender o ser humano de forma integral e particular”, cuidando do corpo e da alma. Ele adotou o que chama de proposta ecumênica cristã no negócio.

Para fazer o investimento mais recente, de R$ 5 milhões, a família pesquisou e visitou spas da Alemanha, Áustria, Suíça e Índia. Há três anos, decidiu apostar em uma ramificação, com a venda de alimentos orgânicos, como geleias e biscoitos. Isso ainda representa menos de 10% da receita, mas a intenção é dobrar as vendas em 2010. Brepohl também tem 40 hectares de reflorestamento porque quer ter autonomia energética e zerar a emissão de carbono.