O tratamento psiquiátrico extra-hospitalar volta a ser discutido pela sociedade civil, especialistas em saúde mental e pacientes. De 28 de junho a 1º de julho, São Paulo sedia o primeiro Congresso Brasileiro de Centros de Atenção Psicossocial (Caps), promovido pelo Ministério da Saúde, com o tema “Saúde Mental – Cuidar em liberdade e promover a cidadania”. O encontro vai discutir o trabalho desenvolvido pelos Caps e trocar experiências para o fortalecimento de laços sociais nos portadores de transtornos mentais, informa a Agência Saúde.
Os Caps são um dos apoios ao funcionamento da Política Nacional de Saúde Mental, lançada em 2003 pelo Governo Federal. Na reforma psiquiátrica, eles foram criados em substituição às internações hospitalares, com o objetivo de ressocializar o paciente e evitar a perda de sua individualidade.
Os Centros oferecem cuidados clínicos e atividades socializantes que envolvem lazer, acesso ao trabalho e fortalecimento dos laços familiares. A equipe de profissionais do Caps é multidisciplinar, justamente para prestar atendimento integrado ao paciente.
Nos últimos cinco anos, o número de Caps implantados em todo o Brasil aumentou em 111%. Em 2000, eram 253. Atualmente, são 534 unidades em funcionamento, 39 delas voltadas ao atendimento de crianças e adolescentes. Também compõem a rede de Caps, 63 serviços de atenção às pessoas que sofrem com transtornos causados pelo uso prejudicial de álcool e outras drogas. Até o fim de 2004, o Ministério da Saúde espera expandir para 650 o número de Caps implantados no país.
No ano passado, 3,69 milhões de atendimentos foram realizados nos Centros, quase dez vezes mais em relação ao ano anterior. O dado indica que cada vez menos o hospital é o destino de um portador de transtorno mental.
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