A Sociedade Brasileira de Nefrologia recomenda a inclusão do teste creatinina – um exame de sangue simples, de baixo custo e que faz parte dos procedimentos cobertos pelo SUS – para ajudar no diagnóstico precoce da doença renal crônica – que em estágio final pode ter apenas dois tratamentos possíveis, diálise ou transplante. Mas se diagnosticada precocemente, tem tratamento.
“Medir os índices de creatinina no sangue é uma maneira simples e eficaz de saber se os rins estão funcionando
normalmente. É um exame realizado nos mesmos moldes dos testes de glicose e de tantos outros exames de sangue muito comuns. A insuficiência renal é uma doença silenciosa; o paciente só percebe os sintomas quando já está em estágios avançados e deve ser encaminhados para diálise ou para o transplante renal.”, afirma Dr. Daniel Rinaldi, presidente da SBN.
A creatinina é um metabólito que circula pelo sangue e serve como um marcador do funcionamento dos rins. É derivada da creatina, substância produzida pela musculatura que, ao transformar-se em creatinina, deve ser eliminada pelos rins. O valor da creatinina em indivíduos normais apresenta
uma variação em relação ao sexo e ao volume de massa muscular. A sua concentração no sangue é maior nos homens e nos atletas. Nas mulheres, crianças e idosos, a concentração sanguínea é, proporcionalmente, menor. Seus valores aumentam à medida que ocorre a diminuição da função dos rins; por isso, são utilizados como marcadores da função renal. Os aumentos se tornam significativos quando existe uma perda de mais de 50% da função dos rins.
A Sociedade Brasileira de Nefrologia estima que cerca de 10 milhões de brasileiros sofram de algum tipo de insuficiência renal, dos quais apenas cerca de 30% conhecem o diagnóstico. A grande maioria destes pacientes tem doença renal crônica, que se caracteriza por uma perda lenta, progressiva e irreversível das funções renais. Nesse contexto, um diagnóstico precoce através de um exame simples e barato, pode garantir um tratamento adequado da doença. O tratamento adequado da doença renal crônica, por sua vez, pode evitar a necessidade de intervenções agressivas e de alto custo, como a diálise e o transplante, além de graves problemas associados à doença que, não tratados, podem levar inclusive à morte.