Uma portaria publicada no dia 25 de junho, no Diário Oficial da União, deu novas e ótimas perspectivas a estudantes com idade entre cinco e 17 anos que fazem uso de aparelho auditivo e/ou implante coclear. De acordo com a portaria, o Sistema de Frequência Modulada Pessoal (FM) foi incluído na Tabela de Procedimentos, Medicamentos, Órteses, Próteses e Materiais Especiais (OPM) do Sistema Único de Saúde (SUS). A prescrição do Kit de Sistema FM à criança e/ou jovem com deficiência auditiva deverá seguir, segundo a portaria, os seguintes critérios:
• Possuir deficiência auditiva e ser usuário de Aparelho de Amplificação Sonora Individual (AASI) e/ou Implante Coclear (IC);
• Possuir domínio da linguagem oral ou em fase de desenvolvimento;
• Estar matriculado no Ensino Fundamental I ou II e/ou Ensino Médio; e
• Apresentar desempenho em avaliação de habilidades de reconhecimento de fala no silêncio.
A divulgação da notícia é fundamental para professores e pais que ainda desconhecem o direito de receberem o Sistema de FM gratuitamente via SUS. O Sistema de FM foi desenvolvido na Suíça e funciona da seguinte forma: o interlocutor utiliza um microfone sem fio que transmite o sinal de fala para um minúsculo receptor de FM, que pode ser conectado a qualquer aparelho auditivo e/ou implante coclear.
A Frequência Modulada é uma tecnologia assistiva que tem como objetivo garantir acesso à informação de maneira clara e confortável quando o ruído e a distância interferem na percepção e compreensão da fala. Além disso, ele melhora a comunicação em sala de aula, ao telefone, e permite a conectividade dos aparelhos auditivos com dispositivos de áudio como MP3, televisão, GPS e etc. Entre as empresas que disponibilizam a tecnologia no Brasil, a Phonak se destaca como empresa líder mundial em soluções audiológicas, oferecendo, além do sistema FM, uma ampla linha de aparelhos auditivos para todas as idades e necessidades específicas, além de implantes cocleares.
Sinais de alerta para professores
O Sistema de FM é um recurso fundamental para a melhoria do aprendizado e da comunicação em sala de aula. A tecnologia garante que o aluno ouça a voz do professor direta e nitidamente na escola. Os maiores obstáculos como distância, eco e ruído são reduzidos e a criança pode aproveitar a aprendizagem e as brincadeiras sempre.
“Os professores, muitas vezes, são os primeiros a identificar problemas de visão nos alunos, que reclamam de dificuldade para enxergar a lousa. Na perda auditiva, a situação não é diferente. Lentidão no aprendizado ou falta de concentração podem ser sinais de perda auditiva”, afirma Talita Donini, gerente de produto para adaptação pediátrica e projetos especiais da Phonak do Brasil e responsável pela Iniciativa Hear the World no Brasil.
É de extrema importância ter estes profissionais bem orientados, pois eles convivem com as crianças boa parte do tempo e precisam estar capacitados para reconhecer a perda auditiva ainda no princípio. “Como o problema é assintomático, registros comprovam que, em média, as pessoas levam sete anos entre detectar o problema e iniciar o tratamento”, informa Talita.
Pais e professores devem atentar a alguns detalhes para acompanhar a saúde auditiva de seus filhos:
– a criança não reage a barulhos fortes;
– não atende quando é chamada pelo nome;
– pede para aumentar o som da TV, computador ou telefone com frequência;
– se mostra “avoada”;
– dificuldade em manter a atenção;
– parece irritada e dificilmente faz vínculos com outras crianças;
– prefere brincar sozinha;
– dificuldade na alfabetização;
– troca de fonemas na escrita;
– dificuldade de aprendizado em geral.
Detecção precoce
Infelizmente o cuidado com a saúde auditiva não costuma fazer parte do check up de rotina, mas as estatísticas provam que os ouvidos estão cada vez mais expostos a ruídos nocivos. “Nem mesmo os bebês escapam desses estímulos precoces aos ouvidos em função dos brinquedos sonoros que existem hoje em dia”, acrescenta Talita.
Caso seja detectada perda auditiva na criança, o tratamento deve ser imediato. “Trata-se de um problema grave que compromete o desenvolvimento da linguagem”, alerta Talita. O primeiro passo é procurar um otorrinolaringologista. O pediatra pode fazer esse encaminhamento. Após a consulta, a criança deve realizar os exames solicitados para avaliar a audição e, caso seja necessário, deve ser encaminhada para um fonoaudiólogo.
Espaço Phonak
Para facilitar o entendimento da perda auditiva e de suas implicações e tratamentos, a Phonak criou o Espaço Phonak, que tem como objetivo promover um amplo debate sobre a audição. No local, são fornecidas informações e apresentações interativas das soluções tecnológicas e seu impacto na qualidade de vida das pessoas portadoras de perda auditiva e de quem convive com elas. Os professores e pais podem agendar gratuitamente uma visita com um profissional de Fonoaudiologia e conhecer mais sobre a audição e sua importância para o aprendizado e alfabetização. O local fica na Av. Rebouças, 2.881, em Pinheiros. Informações pelo fone: (11) 3063-2505 ou pelo site www.espacophonak.com.br.