No último mês, o Instituto Nacional do Câncer (INCA) divulgou um dado preocupante sobre a expectativa de novas vítimas do câncer colorretal neste ano, também conhecida como câncer do cólon e reto. Segundo a pesquisa, as mulheres são as que mais sofrem com a doença. Para o Instituto, cerca de 17.500 delas serão diagnosticadas com o problema em 2014 no país, e os homens serão cerca de 15 mil. Mas, um novo e moderno procedimento de colonoscopia desenvolvida promete diagnosticar a presença do câncer com mais segurança, podendo salvar vidas ainda na fase inicial do tumor.

Apresentada aos profissionais da medicina em dezembro de 2003, nos Estados Unidos, a colonoscopia virtual ainda é considerada uma novidade no diagnóstico de câncer colorretal em muitos países, inclusive no Brasil. Em Brasília, o procedimento já é realizado com sucesso no Hospital Santa Helena, de acordo com o médico radiologista, Alexandre Rabelo.

“A colonoscopia virtual é indicada como método preventivo. Por ser uma técnica recente, seu uso como rotina de rastreamento ainda é pouco prescrito. O procedimento é orientado e acompanhado pela equipe médica e o laudo é emitido por radiologista especialista em abdômen”, explica o médico.

O exame é realizado na parte exterior do abdômen e pelve, não exige penetração de instrumentos e não demanda sedação do paciente. Apenas ar é introduzido no intestino com o uso de uma fina sonda retal, para melhor visualização.

O procedimento, no entanto, não possibilita a realização de biópsia da lesão descoberta, nem a eliminação dos pólipos. Porém, é indicado apenas nos casos de exames de rotina simples, pois é mais seguro devido à baixa dose de radiação. “O procedimento é bastante eficaz porque produz uma imagem nítida das estruturas dos órgãos, e permitindo demonstrar a existência ou não de calcificação nas artérias”, ressalta o profissional.

Neste exame, o preparo correto e eficiente do paciente é importante condição para a qualidade das imagens. “É importante, na véspera, ter uma dieta líquida e o uso de laxantes para o esvaziamento intestinal. A colaboração do paciente é importante, devendo permanecer imóvel durante a sua realização. Após a avaliação, ele pode retomar suas atividades habituais sem maiores restrições”, observa Alexandre Rabelo.

De acordo com o Ministério da Saúde, foram mais de 30 mil casos de câncer colorretal em 2012, sendo 47% em homens e 53% em mulheres. Esse tipo de doença está entre os quatro tipos com maior incidência no Brasil e é o terceiro mais comum na região Centro-Oeste. Segundo o INCA, o Distrito Federal registra cerca de 40% de novos casos por ano, sendo a segunda doença mais frequente na população feminina, atrás apenas do câncer de mama.