O medicamento Sibutramina, que trata a obesidade, foi retirado dos mercados nos Estados Unidos, no Canadá e na Austrália. A empresa responsável por sua fabricação é a Abbott. O laboratório farmacêutico tomou a decisão após solicitação da agência norte-americana FDA (Food and Drug Administration).
A entidade baseou-se no estudo SCOUT (Sibutramine Cardiovascular Outcomes Trial), que reúne dados de 10 mil pacientes, obtidos ao longo de seis anos. Os consultores avaliaram resultados preliminares, que indicam um aumento de 16% de risco de problemas cardiovasculares no grupo que usou sibutramina, comparados a casos de utilização de placebo.
“Somos contra a retirada da sibutramina do mercado. Trata-se de um medicamento eficaz e seguro no tratamento da obesidade, quando bem indicado, respeitando-se as contraindicações. Estão prestando um desserviço”, afirmou a presidente da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (ABESO), Dra. Rosana Radominski.
O presidente do Departamento de Obesidade da SBEM e presidente do Conselho Deliberativo da ABESO, Dr. Marcio Mancini, é da mesma opinião. Ele considerou “absurda” a decisão da retirada do medicamento dos mercados norte-americanos, canadenses e australianos. Para ele, a medida tem base política e não científica.
“As pesquisas que demonstraram a eficácia da sibutramina foram realizadas dez anos atrás, enquanto o estudo SCOUT mostrou aumento do risco do uso da sibutramina em pacientes com doença coronariana, que tomaram o remédio por cinco anos seguidos, e não teve por objetivo avaliar a perda de peso. Os médicos não prescrevem sibutramina para pacientes com doenças no coração”, afirmou o Dr. Mancini, ex-presidente da ABESO.
Nos três países onde a sibutramina foi retirada dos mercados, os médicos foram advertidos a pararem de prescrever o medicamento aos pacientes.
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