O mercado de produtos para a saúde registrou aumento de vendas de 4,2 % e crescimento da produção industrial de 3,2%. Embora inferiores à projeção inicial do setor para o ano ? que esperava um crescimento de dois dígitos – os resultados indicam um desempenho acima da média da economia nacional. Com faturamento de U$ 16,5 bilhões, o setor manteve estável em 0,6% sua participação no PIB nacional. Os resultados são da Associação Brasileira da Indústria de Alta Tecnologia de Equipamentos, Produtos e Suprimentos Médico-Hospitalares (Abimed), que congrega 124 empresas, correspondendo 60% do mercado médico-hospitalar brasileiro.

Os dados são relativos ao período entre outubro de 2011 e setembro de 2012 e revelam ainda que o crescimento veio acompanhado de uma expansão de 4% no número de empregos. Foram gerados cerca de 5,3 mil novos postos de trabalho, elevando para 120 mil o total de empregados na indústria e no comércio.
De acordo com o presidente-executivo da Abimed, Carlos Goulart, além do fraco desempenho da economia nacional, o setor da saúde também foi impactado pela greve da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) ? que prejudicou o abastecimento do mercado de saúde por cerca de quatro meses – e da dificuldade da agência em realizar inspeções nas fábricas no exterior, requisito para a concessão de registro de novos produtos.
?Este foi um ano difícil, mas acreditamos que existe espaço para voltarmos a crescer ao redor de 10% em 2013. O Brasil é a sexta economia do mundo com participação de 2,8% no PIB Mundial, mas representa apenas 0,5% do mercado mundial de produtos para a saúde. Além disso, apostamos na recuperação da economia?, explica Goulart.
Impactos ao longo do ano
Outros fatores que contribuíram pelo desempenho abaixo do previsto, ressaltados durante encontro anual da Abimed, realizado na tarde desta quinta-feira (06), foram:
-Escândalo das próteses mamárias de silicone da marca francesa PIP usadas no Brasil
-Morosidade das inspeções internacionais
-Desvalorização do câmbio (US$)
-Verticalização dos prestadores de serviços
-Falta de estímulo à inovação e produção local

Para 2013

Dentre as diretrizes da instituição para 2013 estão: facilitar o acesso à tecnologia; redução dos prazos para as inspeções internacionais e respectivos processos paralelos; reforçar código de ética junto às empresas associadas; aumentar a inteligência do setor por meio de encontros com CEOs ao longo do ano; entre outros.