Ninguém poderia imaginar que há 22 anos já tinha alguém pensando em como falar sobre educação em saúde com as crianças, focado em reduzir o número de obesidade, que naquela época nem era tão assustador como agora, e criar futuros adultos saudáveis. O setor da saúde é tão promissor que até mesmo o mundo do entretenimento quer adentrar no segmento e este pensamento foi transformado em realidade por meio de um livro chamado Lazy Town, publicado em 1995.

Considerado best-sellers em muitos países, a história passou a ser televisionada em 2002 pelo criador, diretor e protagonista, Magnus Scheving.

Transmitida em mais de 128 países e em cerca de 500 milhões de lares, a produção de cada episódio da série envolve investimento de mais de US$ 1 milhão. Mas tamanha aplicação tem as suas explicações: a alta qualidade técnica dos episódios e o conteúdo focado no combate à obesidade e ao sedentarismo infantis, um problema mundial.

Na Islândia, país onde as gravações são realizadas, o Lazy Town lançou uma campanha de alimentação que hoje resulta no crescimento de 47% nas vendas de frutas e verduras daquela região. Além disso, autoridades da Islândia garantem que a obesidade deixou de crescer no país.

“Minha ideia inicial era vender a saúde para as crianças e agora vejo que este é um negócio que pode trazer um impacto imensurável para a economia global, muito mais do que as pessoas possam imaginar. Hoje a educação da saúde pode fazer uma criança se tornar um adulto saudável no futuro, sem problemas significativos”, conta Scheving.

O criador da série Lazy Town participa de cerca de 400 reuniões mensais com crianças e pais espalhados pelo mundo para aconselhar como ter hábitos saudáveis. São eles: educação alimentar; praticar exercícios físicos; dormir cedo e evitar muito tempo em frente à TV.

As reuniões não param por aí. Os encontros de Scheving se estendem aos ministros de saúde de cada país que visita. “O governo, os políticos, todos envolvidos com a saúde querem saber como que o Lazy Town pode ajudar a problemática do setor. É fácil, eu resumo a saúde em uma única palavra: equilíbrio. E é isso que nossa série transmite”, afirma.

Para Scheving, os políticos não acreditam na saúde, porque ficam cerca de quatro anos no poder, tempo insuficiente para obter resultados no setor. “É difícil medir o sucesso da iniciativa e as consequencias no setor, mas ele é notável.”

O produtor garante que evitar falar do problema é a melhor forma de agir. “As crianças acabam se espelhando nos personagens heróicos sem que seja necessário ficar falando que tem que comer frutas, por exemplo, para não ser um adulto obeso. Apenas diz que você deve comer bons alimentos e praticar exercícios para ser forte. Isso basta.”

Na série, Scheving interpreta o herói Sportacus, um atleta que corre, dá cambalhotas, piruetas e saltos acrobáticos. Seu segredo: alimentação saudável e prática de exercícios. Ele combate o vilão Robbin Rotten, que passa o dia em um sofá e incentiva as crianças a serem preguiçosas e a comer apenas doces e guloseimas.

Por outro lado, o produtor garante que sua ação não quer acabar com redes de fast foods. “Não estou lutando contra o Mc Donald´s. Eu proporciono a opção de ser saudável e quem faz a escolha são os pais e as crianças.”

Com tantos espaços para crescer no setor, o próximo passo de Scheving é concluir um estudo em andamento para avaliar esse impacto na saúde da criança e na economia global.

Motivado com o Brasil, o produtor se propõe a fazer parcerias para movimentar a saúde do País. “Me convide para uma ação nas olimpíadas de 2016 que com certeza toparei.” De acordo com Scheving, o Brasil está crescendo e não sabe.

A próxima série do Lazy Town tve episódios gravados  no Brasil, Argentina e Colômbia.

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