Servidor público no Ministério da Saúde há 24 anos, Valmir Braz está lotado em Santa Catarina e tem plano de saúde desde que entrou no órgão, benefício estendido ao filho, à esposa e à mãe, de 80 anos. Até o mês de abril, o servidor utilizava 8% do seu salário para cobrir o plano de saúde da família e o restante ficava por conta do Governo, que tem em orçamento verba destinada para esse fim.
Agora o servidor se prepara para cancelar a cobertura do filho, de 20 anos, em função da nova portaria do Ministério do Planejamento, que estabelece teto de R$60,00 de benefício por servidor – independente da faixa etária e do salário. Antes, o orçamento era repassado aos órgãos públicos, que podiam destinar a verba que não era utilizada para ajuda aos servidores mais velhos e àqueles que ganham menos. Para Valmir, a mudança nas regras significa um acréscimo considerável nos custos, mais de 100%, além da co-participação pelo uso do plano – algo que ele não poderá absorver.
Só entre os servidores públicos do Ministério da Saúde lotados em Santa Catarina foram solicitados 142 cancelamentos de planos de saúde no mês de abril, de acordo com o Sindiprevs/SC. Contra esses cancelamentos foi realizada apenas uma nova adesão de titular e outra para dependente.
A decisão não considera as práticas relativas à gestão da saúde suplementar, cujos preços crescem à medida que a idade avança.