Antonio Carlos Lopes, professor titular da Disciplina de Clínica Médica do Departamento de Medicina da Unifesp, acaba de pedir demissão da Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM), depois de quatro anos respondendo pela Secretaria Executiva, no Ministério da Educação (MEC).
Entre as razões, está o fato de Lopes não concordar com a política proposta pelo Ministério da Saúde em relação à Residência Médica. Ele argumenta ainda que as suas atividades acadêmicas e universitárias, bem como os compromissos profissionais e associativos, não permitem dedicar-me à Residência Médica como fez ao longo dos últimos quatro anos.
Segundo o médico, o que ocorreu em relação a política de residência foi determinadas interferências na pauta da plenária por não-médicos ou médicos que desconhecem a prática médica. Também alega a participação dissimulada dos gestores de saúde opondo-se aos paradigmas da CNRM, por críticas infundadas a ela atribuindo uma atividade puramente assistencial.
Houve ainda outros problemas como a oposição às áreas de atuação e à colaboração das sociedades de especialidade, a valorização apenas das áreas básicas em detrimento das especialidades médicas, a tendência ao uso da residência médica para sanar deficiências da saúde, caracterizando-a como uma política de saúde.
Gestão de Antonio Carlos Lopes
No período que esteve no MEC, Lopes ampliou a participação das Sociedades de Especialidade e da Academia, resgatou a preceptoria, abriu 700 novas bolsas, instituiu critérios rigorosos para a avaliação dos cursos e adequou a duração dos vários programas das especialidades. Também lançou o estágio optativo para residentes em regiões de fronteira e de difícil acesso, a prova prática no processo seletivo, entre outras resoluções que representam um grande avanço na Residência Médica, colocando-a em um novo patamar de excelência.