O secretário de Atenção à Saúde do Ministério da Saúde, Jorge Solla, voltou a criticar o sistema municipal de saúde do Rio de Janeiro. Em entrevista exclusiva à Rádio Nacional (Rio de Janeiro), o secretário lembrou que a cidade tem o maior número de casos e de óbitos por tuberculose e detém ainda a maior proporção de pacientes que abandonam o tratamento da doença no país. Segundo ele, metade dos casos de tuberculose é diagnosticada em estágio avançado nas emergências dos hospitais. Ele destacou as medidas adotadas pelo governo federal para restabelecer as condições de funcionamento dos seis hospitais que estão sob intervenção federal há dezenove dias. De acordo com Jorge Solla, foram reabertas as emergências que estavam fechadas; 250 leitos hospitalares foram reativados; todos os pacientes que esperavam por uma cirurgia ortopédicas nas emergências dos hospitais foram operados; foram contratados mais de mil e cem funcionários; além da compra de equipamentos, insumos, materiais e remédios. Ele anunciou também medidas estruturais que deverão ser implementadas em abril, como o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) e a Central de Regulação de Internações, que vai interligar os hospitais para facilitar a oferta de vagas nos casos de urgência.
Segundo o secretário, mais de 90% dos pacientes que procuram as emergências dos hospitais apresentam casos que deveriam ser atendidos nos postos de saúde – sob responsabilidade municipal. Para desafogar as emergências, Jorge Solla disse que o ministério está negociando com a Santa Casa da Misericórdia, com a Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) e secretaria estadual medidas para ampliar, nos próximos dias, os serviços de pronto atendimento.
Ele afirmou ainda que os funcionários dos hospitais municipais não recebem salários há três meses e que algumas empresas que prestam serviços de manutenção, lavanderia e fornecem alimentação estão há oito meses sem receber pagamentos. “Enquanto isso, o prefeito vai à televisão para dizer que tem em caixa R$ 1,2 bilhão, passando calote nos prestadores de serviço; passando calote nos pais de família que trabalham. Isso não dá para entender”.
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