As eleições estão chegando e é hora de uma atitude objetiva para buscar uma melhora na área de saúde como um todo. Embora esta eleição tenha uma abrangência limitada (pois estamos tratando apenas da esfera municipal), ela tem um impacto direto na saúde das pessoas da região onde você vive (pois é o município que decide onde será aplicada a verba repassada pela federação, que modelo de atenção municipal será oferecido, que programas de saúde serão incentivados, que condições de trabalho serão proporcionadas aos profissionais da saúde municipais, como será o relacionamento com o setor privado ? leia-se impostos, taxas, parcerias, entre outros pontos), além do fato de que serão estas as mesma pessoas (políticos eleitos) que no futuro provavelmente atuarão em esferas com maior poder de mudança.

A responsabilidade da escolha dos nossos representantes no executivo e legislativo é de cada um de nós. Sei que isso é bem batido e óbvio, mas embora saibamos disso, de maneira geral não atuamos com coerência a este entendimento.

Se trabalhamos na área de saúde entendo que aumenta a nossa responsabilidade em avaliar as propostas dos candidatos, para que possamos ajudar  a melhorar o sistema. Essa lógica pode ser também vista como um exercício para nos conhecermos e vermos o quanto estamos comprometidos com a ética e uma preocupação genuína com o bem estar e, particularmente, com a saúde de todos.

A grande apatia do eleitorado nas eleições é, por um lado, sinal das dificuldades existentes para mudanças e da falta de confiança que muitos têm nos políticos (também obviamente fruto de muitos exemplos negativos), mas também é, por outro lado, falta de real responsabilização nossa (ou seja, minha e sua) com tudo o que acontece. Talvez seja pelo fato de que, diante de uma dificuldade, às vezes é mais fácil ?destruir? do que construir algo novo.

Para termos esta atuação correta é importante buscarmos informações dos candidatos sobre as ações pretendidas nesta área. Algumas perguntas/ponderações podem ajudar a nossa análise: qual a experiência do candidato(a) na área (seja enquanto profissional da área ou enquanto estudioso do assunto)?;  ele(a) tem propostas específicas para a saúde (além de frases de efeito)?; o que ele(a) já fez (nesta e em outras áreas)?; ele(a) é coerente com o que fala/divulga?; eu me identifico com as propostas dele(a), ou seja, vejo que com elas a saúde e outras áreas irão melhorar?.

Aqui elenquei apenas alguns pontos. Outros aspectos podem e devem ser analisados. Pode parecer estranha esta afirmação, mas vejo que o exercício da escolha é tão ou mais importante que a escolha em si, pois mostra direcionamento da vontade e compromisso com a vida. Com isso mostro (a mim mesmo) que me importo e isso puxa o melhor de mim, criando um círculo virtuoso.

Então, o que você vai fazer nas próximas eleições? a) vou fazer a minha parte; b) vou passar mais tempo apenas reclamando; c) vou continuar indiferente a tudo isso.

Boa escolha (para você e para todos nós)!