Dados do Ministério da Saúde revelam que o Brasil está entre os 10 países com maior índice de mortes por doenças cardiovasculares. As enfermidades do coração são responsáveis por mais de 30% dos óbitos registrados, anualmente, em todo o país. A maior incidência está em homens com idade média de 65 anos.
Entre as principais cardiopatias está a pericardite, um processo inflamatório na camada que envolve o coração, o pericárdio. “Essa inflamação pode se desenvolver como doença primária ou secundária. Geralmente, se apresenta de forma benigna, porém pode levar ao derrame pericárdico, caso não seja tratada”, explica o cardiologista André Medina, do Hospital do Coração do Brasil, em Brasília.
As causas da doença são dividas em duas classes: as infecciosas e as não-infecciosas. “A pericardite pode se desenvolver pela ação de vírus ou bactérias, mas a infecção também pode ser fruto de outras patologias. Pessoas que sofreram infarto do miocárdio, doenças autoimunes, insuficiência renal e neoplasias estão no grupo de risco da enfermidade”, alerta o médico.
Dr. André ressalta que o diagnóstico da pericardite é complicado, pois os indícios da enfermidade podem levar a suspeita de outras patologias. “Os sintomas da pericardite são inespecíficos, o que dificulta o diagnóstico. Normalmente, o paciente apresenta síndrome febril, comprometimento das vias aéreas superiores, dor torácica ao respirar ou pela posição do tórax”, detalha.
Desta forma, a detecção da doença deve ser feita pela história clínica do paciente, pelo exame físico e, também, por exames complementares. “Alguns testes complementares, como radiografia do tórax, eletrocardiograma, ressonância magnética e exames laboratoriais, ajudam na detecção da patologia”, destaca o cardiologista.
O tratamento da pericardite depende da causa da doença. “Em casos de origem viral, o tratamento é feito basicamente por meio de anti-inflamatórios. Já em pacientes com outras causas, o método mais eficaz irá depender do fator que desencadeou a doença”, conclui Dr. André.