Mapeamento das Salas para Cirurgias no Brasil
Fonte: Geografia Econômica da Saúde no Brasil
Para realizar uma cirurgia é necessária uma sala com os equipamentos minimamente necessários tanto para a realização do procedimento, como para tratar as consequências que ele pode gerar, e como existem procedimentos de maior e menor complexidade e risco, existem vários tipos de salas.
Os vários tipos de salas no CNES são cadastrados classificando em 3 tipos:
· Sala de Cirurgia Ambulatorial;
· Sala de Pequena Cirurgia;
· Sala de Cirurgia.
No mesmo cadastro do CNES estas salas podem estar associadas a um número de leitos:
· Podem, por opção do serviço. Por exemplo: um serviço que realiza cirurgia cardiológica pode ter leitos de recuperação pós anestésica no centro cirúrgico, ou movimentar o paciente diretamente para UTI sem fazer uso deste tipo de leito;
· Um serviço ambulatorial pode realizar cirurgias que necessitem de leitos para repouso, e outro realiza procedimentos tão pequenos que não seja necessário.
(*) Todos os gráficos e dados são partes integrantes do Estudo Geografia Econômica da Saúde no Brasil – Edição 2020.
O gráfico demonstra a evolução do volume de salas entre 2017 e 2019:
· Em 2019 foram contabilizadas 52.042 salas.
O gráfico demonstra a distribuição % em 2019:
· No início da crise do COVID-19 no Brasil muito se falou em utilizar as salas cirúrgicas, a assim dobrar a oferta de leitos (2019 também contabilizou cerca de 50 mil leitos);
· Mas o gráfico demonstra que ~56 % das salas cirúrgicas estão em ambiente ambulatorial, e a maioria absoluta delas não tem infraestrutura para manutenção da vida;
· Mesmo em se tratando dos 43,3 % das salas cirúrgicas não ambulatoriais, não é real que todas possuam equipamentos que minimamente se equiparam aos de uma UTI para manutenção da vida – dependendo da especialidade do serviço, as salas possuem apenas os equipamentos necessários para movimentar o paciente para a UTI, caso seja necessário.
Este gráfico demonstra a evolução da quantidade de leitos destas salas entre 2017 e 2019:
· Em 2019 o número total de leitos contabilizado foi 8.260;
· Este número, muito menor que o número de salas, já permite avaliar que a maioria das salas acaba realizando procedimentos de menor risco.
Este gráfico demonstra a distribuição dos leitos por tipo de sala:
· Ele reforça a conclusão, demonstrando que existem proporcionalmente menos leitos associados às salas de cirurgia que realizam pequenos procedimentos e cirurgias ambulatoriais.
Este gráfico demonstra a evolução % do volume de salas entre 2017 e 2019, e está associado a 2 tendências:
· Houve crescimento em todos os tipos, e em se tratando de um recurso caro, o menor índice (4 %) em 2 anos não pode ser considerado um crescimento pequeno. Mas comparado com a maioria dos indicadores do segmento da saúde é dos menores índices tabulados;
· O segmento investe cada vez mais proporcionalmente em cirurgia ambulatorial. Primeiro porque as técnicas vão evoluindo e necessitando de menor tecnologia pós procedimento, e segundo para evitar utilizar estruturas caras para realizar procedimentos de menor complexidade.
Estes gráficos demonstram a distribuição das salas pelas UFs, por milhão de habitantes:
· Uma vez se tratar de um recurso muito caro, e de um índice Per Capita, chama a atenção as grandes variações que existem … 3, 4, 5 vezes;
· Mesmo considerando que não existem condições técnicas compatíveis (mão de obra disponível, insumos, logística …), se considerar que a maioria dos procedimentos cirúrgicos ocorrem no SUS (pelo menos 3 em cada 4 brasileiros dependem exclusivamente do SUS), e que o SUS destina recursos prioritariamente Per Capita, a variação chama a atenção.