Um dos paineis do Saúde Business Forum, encontro para executivos que acontece em Punta Cana de 3 a 7 de junho, tratou sobre novas possibilidades dentro dos negócios e da melhor maneira de criar um oceano azul em diferentes áreas de atuação. Os profissionais convidados foram Paulo Bonadio, CEO do Grupo Infinita, Paulo Zoppi, do SalomãoZoppi e Ronaldo Kalaf, Diretor Vice-Presidente do Santa Helena Saúde.
Entre a crise que temos no país e nos sistemas de saúde de uma forma geral, encarar as situações como problemas simplesmente mantém o setor na mesma posição. Para Paulo Bonadio, Presidente do Grupo Infinita, precisamos criar oportunidades novas e adotar posturas diferentes. “A proposta é pegar os problemas e tentar convertê-los em oportunidades”.
No caso da empresa de Paulo, a adoção do modelo de franquias serviu como oportunidade para aumentar o processo de expansão, cobrindo maior área geográfica, melhorar a imagem corporativa, criar uma cultura de economia de escala, descentralizar o acesso e padronizar os serviços oferecidos.
Certamente, o modelo oferece riscos para o franqueador, que tem que expor seus projetos de expansão e gestão, tem maiores custos de formatação e supervisão e ainda carrega o risco de ter feito uma escolha inadequada de franqueado.
Já para o Santa Helena, operadora verticalizada com hospital e maternidade, totalizando 11 unidades assistenciais, o mercado de planos para pessoas físicas na região do ABC é uma grande fatia da carteira. Mais de 50% dos planos deste tipo da região são do grupo e Ronaldo Kalaf destaca alto faturamento e sinistralidade de 61%, focando na promoção de saúde e na linha assistencial completa. “Prezamos pelo atendimento e não pela negação de procedimentos”, ressalta Kalaf.
O futuro do grupo tem forte componente de gestão de saúde populacional com cálculo de índices de risco para cada paciente e combinação de riscos clínicos (protocolo de Manchester) e de riscos calculados anteriormente. Assim, se um paciente apresenta um sintoma de escala verde no protocolo de Manchester, mas possui alto risco, ele será priorizado em relação a um paciente com os dois riscos baixos. “O uso desses dados serve para buscarmos uma medicina preditiva, preventiva, personalizada e participatória.”, disse ainda.
Eles tem uma promoção de saúde forte e uma linha assistencial completa. Eles prezam pelo atendimento e não por negação de procedimentos.
No oceano azul, quem propõe a agenda é o concorrente, gerando uma competição acirrada. Já no oceano azul, águas inexploradas devem ser identificadas e o trabalho deve ser focado na entrega de um bom atendimento. Para Paulo Zoppi, a sua empresa é, na verdade, de logística e marketing, porque, segundo eles, essas duas áreas são as mais importantes para que o seu negócio funcione.
Para Paulo Zoppi, uma estratégia utilizada para alavancar os negócios da empresa foram a participação no mercado B2B e, atualmente, o B2B exerce papel de extrema importância na empresa, tendo influência, inclusive, sobre o B2C. O Laboratório se baseia em valores e negócio e sabe o papel que cada um tem no resultado final. Entre os valores, Paulo destaca acurácia, credibilidade e confiança e, relacionado ao negócio, logística, sistema e processos.
Para ele, além do direcionamento para o oceano azul, uma empresa é feita de duas coisas: gente que se gosta e processos. “Se você tem isso, você tem uma empresa de alto impacto.”
Em relação ao papel do capital estrangeiro na construção de um oceano azul, os speakers avaliam com bons olhos, mas destacam alguns cuidados que devemos cuidar.
Para Kalaf, a preocupação se refere a busca pelo resultado a qualquer custo e considera o movimento de consolidação dos players do setor bastante perigoso.