Agilizar os processos de integração e transferência do paciente na movimentação entre os hospitais que agregam o complexo da Santa Casa de Porto Alegre (RS). É com este objetivo que a instituição fechou com Sivsa, empresa especializada no desenvolvimento e implantação de software para o setor hospitalar e laboratorial, uma parceria que prevê a informatização de todas as áreas do hospital. O contrato engloba o licenciamento e a implementação do sistema de gestão Hosix V e será realizado de forma simultânea em todo o complexo hospitalar de Porto Alegre. Os investimentos chegarão a R$ 5 milhões nos próximos 5 anos. Segundo Carlos Alexandre Cape, gerente de projetos da Santa Casa, o projeto visa integrar e potencializar os sistemas de agenda de consultas e exames, emergências, internação do paciente, encaminhamento, reserva de salas no bloco cirúrgico, faturamento e arquivo médico. ?Embora o paciente seja único, ele pode ter vários prontuários dentro dos complexos da instituição?, explica ressaltando que já existe um sistema implantado de prescrição eletrônica e que o próximo passo é caminhar em sentido ao prontuário eletrônico. Uma das principais vantagens com o investimento é a possibilidade de rastrear o paciente, dando ao médico um histórico dos serviços prestados no passado.
A Santa Casa de Porto Alegre atende em média 1 milhão de pessoas por ano e é composta por sete hospitais, sendo dois hospitais gerais e cinco especializados nas áreas de clínica médica, cirurgias, cardiologia, neurocirurgia, pneumologia, oncologia, pediatria e transplantes. Com a implementação do Hosix V, a instituição prevê reduzir em até 70% o tempo das consultas.
Outro objetivo é reduzir os prazos para fechamento das contas, já que tudo o que foi utilizado por um determinado paciente já é computado imediatamente. ?Vamos ter controle on-line das situações e especialmente um fino acompanhamento da receita?, conta Cape. O executivo acredita que com essa otimização de processos, a Santa Casa de Porto Alegre irá ter um ganho na receita de 7 a 10%, já que diminuirá os desperdícios e a falta de registros de produtos utilizados, o que acaba não entrando na conta das fontes pagadoras. ?Chamamos esses problemas de processos de auto-glosas, e quem perde sem dúvida é o hospital?. A instituição mantém para todos os hospitais do grupo um único departamento de faturamento, funcionando de forma centralizada. No mês passado, por exemplo, o grupo faturou mais de 36 mil contas, o que representa cerca de 60 mil consultas, 4 mil internações e procedimentos cirúrgicos e mais de 307 mil exames por mês. Cerca de 80% do volume de faturamento já são automatizados.
A instituição investiu além do sistema da Sivsa, na troca dos antigos terminais que serão substituídos por servidores. A intenção é estabelecer a parceria com a empresa por pelo menos cinco anos. ?A solução atendeu às nossas necessidades, por isso não entendemos isso como negócio e sim como uma parceria, em que tanto a instituição quanto a Sivsa ganham?, ressalta. A implantação total do sistema, que será realizada em três fases e contará com um treinamento para cerca de 2500 funcionários, tem previsão de finalizar em outubro de 2005.