Desde o início de setembro, quem passa pela Santa Casa BH, hospital de alta complexidade 100% SUS, se depara com uma nova paisagem. O jardim de entrada foi coberto por tapumes metálicos, sinalizando o início de uma grande reforma: após mais de 30 anos, a fachada do icônico prédio será completamente restaurada, resgatando o projeto original do arquiteto italiano Raffaello Berti, da década de 1940. A previsão é que a obra na fachada principal dure cerca de 10 meses.  

Essa primeira fase da reforma tem um orçamento de R$ 9 milhões, captados via Lei Rouanet, por se tratar de um edifício histórico tombado pela Prefeitura de Belo Horizonte. Serão restauradas as fachadas laterais e a frontal, enquanto o bloco B e a parte posterior serão revitalizados na segunda fase, prevista para 2025. 

A restauração 

A restauração será conduzida pela Multicult, responsável por projetos de destaque na cidade, como o Casarão da antiga Rede Ferroviária Federal e o Edifício Raffaello Berti. O processo inclui reparos estruturais, como a recuperação de ferragens expostas e esquadrias, além da remoção de toda a tinta atual. Após a fixação do reboco, as paredes serão pintadas com tinta mineral, mais durável e adequada para proteger o revestimento original. 

As esquadrias voltarão ao seu formato original, e as instalações elétricas, de água e esgoto, que ao longo dos anos foram transferidas para as fachadas, serão embutidas. A nova paleta de cores seguirá o projeto de Berti: o azul será substituído pelo “pérola de quartzo”, um tom perolado e luminoso, com o “calcário cristalino” em áreas como a base e o topo do prédio. Já os frisos ganharão o “branco do vale”, inspirado na argila branca do Vale do Jequitinhonha. A fachada também contará com nova iluminação para destacar sua imponência. 

Segundo Roberto Otto Augusto de Lima, provedor da Santa Casa BH, as cores foram escolhidas para valorizar ainda mais a elegância do edifício, que é um marco do art déco em Belo Horizonte, assim como o Minas Tênis Clube I e os Correios, também projetados por Berti. “A restauração vai além da estética, comunicando a excelência dos serviços do maior hospital 100% SUS de Minas Gerais,” afirmou. 

Fachada que reflete excelência  

Roberto Otto reforça que a atual fachada não reflete a qualidade do atendimento oferecido aos pacientes, que vêm de 90% dos municípios mineiros. “Somos o maior hospital do Brasil em número de internações, referência em alta complexidade, com um moderno parque tecnológico. Nosso prédio, como cartão de visitas, precisa refletir essa grandeza.” 

A restauração faz parte das celebrações dos 125 anos da Santa Casa BH, comemorados em maio. “Criamos a campanha ‘sonhos não envelhecem’ para marcar essa data histórica, e a nova fachada é a realização de um grande sonho,” celebrou Roberto Otto. 

O projeto conta com o patrocínio de empresas como Minerita, Lagoa Revendas, Geosol, Cedro Mineração, Grupo Multitécnica e Perfil Gerais.