Maternidades que fecham as portas por conta de prejuízos financeiros têm sido fato, quase, corriqueira no mercado de saúde brasileira. Nesta semana, a Santa Casa BH anunciou campanha nas redes sociais para tentar manter as atividades da Maternidade Hilda Brandão, inaugurada há 98 anos. Com o slogan A Maternidade da Santa Casa BH não pode fechar! e a hashtag #vivamaternidade, a campanha busca sensibilizar a sociedade civil e o poder público para a importância da unidade.
Em funcionamento no 11º andar da Santa Casa BH, a Maternidade Hilda Brandão é especializada em atendimento de alto risco como má formação cardíaca e realiza, em média, 330 partos por mês para usuários do Sistema Único de Saúde (SUS). Entretanto, a unidade acarreta um prejuízo anual de R$ 10 milhões motivados, segundo a entidade, pelos repasses de verbas e incentivos insuficientes para financiar os serviços prestados.
Dessa forma, a Santa Casa BH reivindica uma nova contratualização junto à Prefeitura Municipal de Belo Horizonte (PBH) e ao Governo de Minas e ao Ministério da Saúde com valores considerados justos de remuneração pelos serviços prestados. Há cerca de um ano, os problemas de custeio foram oficialmente encaminhados ao Ministério da Saúde e à PBH. Além disso, a Santa Casa BH realizou recentemente um estudo comparativo demonstrando que o custeio por leito, em seus contratos, possui remuneração inferior aos valores praticados pelo poder público no custeio de hospitais públicos de Belo Horizonte.
Sem uma nova contratualização, a Maternidade Hilda Brandão – responsável por 29% dos partos de alto risco em Belo Horizonte e 6% desses procedimentos em todo o Estado afirma que pode fechar as portas em setembro deste ano.