O FDA aprovou o primeiro estudo clínico remoto em 2012, mas essa tentativa feita pela Pfizer não foi bem sucedida. Agora é a vez da Sanofi, que pretende fazer um ensaio clínico remoto na Europa em parceria com a eClinicalHealth para gestão de cuidados em diabetes.
“Todo o mecanismo de fazer estudos dessa maneira está sendo investigado. Nós olharemos as métricas de quanto tempo os pacientes gastam no ensaio clínico. Isso será comparado com os mecanismos tradicionais. Nós temos um estudo irmão que foi feito de maneira manual e temos alguns dados sobre isso. Então podemos comparar, não exatamente um a um, mas com uma ideia de qual é mais eficiente”, disse Kai Langel, fundador e diretor para soluções de pacientes na eClinicalHealth para o MobiHealthNews.
O produto a ser testado é um glicosímetro da Mendor que treina pacientes para checarem sua glicose depois de aprender sobre dados e padrões dos usuários. O device não é conectado com o smartphone. Em vez disso, ele tem uma conectividade que coloca os dados diretamente na nuvem. Enquanto a Sanofi não tem uma droga ou device sob investigação, eles estão oferecendo boas opções de financiamento para os testes. Eles pretendem fazer seus próprios ensaios clínicos no futuro. A tecnologia é chamada Clinpal e suporta todas as fases, desde recrutamento até a captura de dados, inclusive com termo de consentimento esclarecido digital.
Segundo Langel, a criação do produto foi feita com base na redução de custos, mas, em validação com as farmacêuticas, ele percebeu que as empresas estão muito mais dispostas a fazer este tipo de investimento por causa da redução de tempo e da maior facilidade de participação. “Eles não estão interessados nos custos. Eles dizem que determinada droga é uma blockbuster e que eles querem colocar no mercado o mais cedo possível. Se, para isso, eles têm que colocar mais alguns milhões de dólares, tudo bem. Na fase antes da aprovação do medicamento, o ponto-chave é a velocidade. Recrutar pacientes rapidamente, reter melhor os pacientes e gerir o ensaio mais rapidamente. Depois da aprovação, aí que vem o custo e a escalabilidade.”
Eles estão conversando com a agência de comunicações em saúde para realização de recrutamento via mídias sociais. Incrivelmente, segundo ele, a média de idade de pacientes é de 60 anos. “Nós havíamos esperado uma população muito mais jovem, mas eu acho que isso é uma coisa com o Facebook. Agora, ele é usado por pessoas muito mais velhas do que costumava ser. Isso foi uma surpresa interessante para nós.”
Este tipo de ferramenta pode reduzir bastante o tempo de um ensaio clínico e o tempo geral para desenvolvimento de uma droga.