Em pleno amadurecimento da gestão, o setor de saúde já planeja com mais clareza suas estratégias e processos rumo à melhor produtividade, rentabilidade e qualidade assistencial. No entanto, aliar a estratégia de negócios às pessoas da instituição é o maior desafio dos gestores na opinião do sócio-diretor sênior da Korn Ferry, Rodrigo Araújo, que conduziu a mesa redonda sobre Capital Humano no Saúde Business Forum 2013. ?Esse desafio passa por um vetor, as capacidades organizações. Eu posso ter o melhor time ou a melhor estratégia de negócios, mas a questão chave é saber quais são os atributos da organização para alcançar os objetivos traçados e definir quais as competências de cada um para executá-los?, diz Araújo, que propôs aos participantes da mesa uma dinâmica para que escolhessem, dentre algumas opções, apenas uma capacidade organizacional, a mais importante para um crescimento sustentável. Os representantes de hospitais, clínicas e operadoras foram divididos em três grupos, cuja resposta entre todos foi diferente, o que gerou uma rica reflexão sobre os importantes atributos para unir pessoas à estratégia. Para a diretora do Hospital Sino-Brasileiro, Ko Chia Lin, falta visão nas pessoas para estarem preparadas para a inovação e as mudanças. ?A resistência impera?, justifica Ko para a escolha de seu grupo pelo atributo Criando e Sustentando Valor, cuja descrição era: considera todas as partes interessadas (stakeholders) ? interna e externas ? ao tomar decisões e utilizar recursos. Já para o presidente do Mater Dei, Henrique Salvador, a maior dificuldade está na execução das ideias, que ?sempre são muitas?. ?Existe um gap entre as ideias, a estratégia e as pessoas. Uma distância hoje entre o ideal e o operacional?, diz. A escolha do grupo de Salvador foi Execução e Tomada de Decisões: tomada de decisões de negócios difíceis, oportunas, de alta qualidade e a implantação delas. De acordo com ele, estabelecer uma comunicação mais pessoal e menos institucionalizada pode ajudar nessa barreira.
Segundo Araujo, para delinear os atributos organizacionais de maneira certeira é necessário passar por duas dimensões: a maturidade e a agilidade; aspecto estes que o setor de saúde carece. A agilidade assegura a rapidez no aprendizado e a efetividade em situações desconhecidas e a maturidade está relacionada com experiência. ?Essas são características voltadas à sustentabilidade. Muitas mudanças estão por vir e elas precisam atuar. E é um grande desafio, pois o setor nunca viveu nenhuma grande ruptura?, enfatiza Araújo.