Ocorrerá, em 11 e 12 de julho, evento de Alfredo Guarischi. Tradicionalmente realizado no Rio de Janeiro, o Safety está indo para a sexta edição. Mais informações em www.safety2013.com.br.
Tenho participado há alguns anos do Safety, como ouvinte atento e aprendiz sempre, e nas duas últimas edições também como palestrante. Meses atrás, Alfredo procurou-me perguntando qual seria o tema de minha nova apresentação. Lembrei então de um tópico dentro do capítulo Erros Diagnósticos que mereceria estar na programação. No capítulo 6 da segunda edição de Understanding Patient Safety (2012), dedicado aos erros diagnósticos, Robert Wachter aborda overdiagnosis. O assunto não é novo, mas historicamente é discutido em paralelo com o movimento de segurança do paciente. O paradigma começa a ser quebrado. Tanto que na edição de 2008 nada consta sobre o tema, que ganhou espaço nesta nova, estando literalmente no forno a versão em língua portuguesa traduzida pela ARTMED e colaboradores (Compreendendo a Segurança do Paciente, 2013), com a seguinte mensagem:
?A maior ênfase na área de erros diagnósticos tem sido para diagnósticos não detectados ou errados, mas há um problema também com a detecção de alterações que não irão causar sintomas ou morte durante toda a vida de um paciente se não forem tratadas. Este problema talvez esteja aumentando pela crescente disponibilidade de testes diagnósticos altamente sensíveis para identificar pequenas lesões cuja importância clínica é desconhecida. E nossa tendência é tratar todas, levando a alguns casos de danos.
Há outra questão em jogo também. Diagnósticos que antes eram em grande parte desconhecidos ? síndrome das pernas inquietas, fibromialgia, e baixos níveis de testosterona, por exemplo ? tornaram-se comuns depois que empresas farmacêuticas com tratamentos muitas vezes questionáveis começaram a implorar aos pacientes para “perguntar ao seu médico” sobre eles. Woloshin e Schwartz chamam isso de “a mercantilização da doença” e é provável que aumente o número de vítimas de excesso de diagnósticos e tratamentos?.
Surgiu então o título de uma das apresentações do Safety2013:
O paradigma do overdiagnosis e a segurança do paciente: quando pecar por excesso pode adquirir significância literal
No entanto, optei por entregá-la a quem melhor tem abordado este assunto no Brasil: Luis Cláudio Correia, médico cardiologista de Salvador, dos Blogs Medicina Baseada em Evidências e Evidence BIASED Medicine. E com entusiasmo estarei sentado assistindo.
Fico feliz também em intermediar outra participação, da hospitalista Aleta Borrud (EUA). Trará maneiras de melhorar a segurança de idosos hospitalizados, através de experiência da Mayo Clinic, e, numa segunda palestra, restringirá o foco da palestra anterior em prevenção de erros de prescrição de medicamentos.
Todos ao Safety2013!