Pipoca, energético, salgadinho, robôs, batalhas de programação, aulas de élfico, nerds, jovens empreendedores e muita inovação. Essa semana São Paulo recebeu um dos maiores eventos de tecnologia do mundo – a Campus Party (#cpbr8) – e até o Beakman (Paul Zaloom) estava lá!
Nessa edição o SEBRAE preparou uma programação especial para a Saúde, com palestras discutindo as possibilidades de inovação no setor e instrumentalizando dezenas de empreendedores interessados na área.
Panorama
A Saúde movimenta hoje no Brasil um mercado de R$ 490 bilhões, o que equivale a 10,2% do PIB entre gastos públicos e privados. Existem diversos pleitos para aumentos do investimento em saúde, como o Saúde +10, a inflação do setor é muito superior ã média (cerca de 16% ao ano) e recentemente foi aprovada a lei que permite investimento de capital estrangeiro na assistência hospitalar, de forma que esse número só tende a crescer. Em pesquisa realizada pelo Datafolha em 2014 temos que os gastos com Saúde ocupam o 3o lugar no orçamento familiar do brasileiro.
Temos mais de 202 milhões de habitantes, o que significa que temos um mercado com mais de 202 milhões de consumidores pessoas físicas, além das empresas e do governo que também movimentam o setor. Na imagem abaixo está a representação clássica da Cadeia de Valor da Saúde (conceito criado por Michael Porter), onde estão categorizados todos os players. Como empreendedor, é importante que você explore essa imagem para saber em que parte da cadeia você está e em que parte podem estar os seus clientes. Eu recomendo esse artigo sobre As Quatro Dimensões Competitivas da Saúde do Pedroso e da Malik para entender melhor o setor, é muito interessante.
Fonte: Pedroso & Malik, HBR Brasil, Março de 2011
Tendências
Cada vez mais deixamos de pensar o consumo em saúde acontecendo apenas dentro de hospitais e clinicas, institucionalizado. Não nos cuidados apenas quando estamos em uma instituição, o cuidado crônico acontece o tempo todos e estamos mais exigentes quanto à necessidade de ferramentas para apoiar o autocuidado. O paciente usa no seu tratamento não só que foi prescrito pelo médico, ele usa a internet, usa aplicativos, usa redes sociais para encontrar outros como ele e que conseguem dar respostas que ele não encontrou no consultório. E as respostas padronizadas, tratamentos padronizados, estão cedendo espaço para tratamentos personalizados baseados em genética, por exemplo. Na tabela a seguir estão apresentadas algumas das tendências de tecnologias de saúde até 2028. Em 13 anos, será possível realizar tratamentos por programação celular e estaremos discutindo inteligência artificial, não mero armazenamento de dados. Confesso que tenho uma grande expectativa quanto às coisas que estão apresentadas nessa tabela e que, ainda assim, não consigo imaginar como elas irão se concretizar, como serão de verdade.
Se essas tecnologias seguirem a tendência atual, teremos aumento dos gastos em saúde pois serão incrementos e não substituições.
Outra questão que tem se mostrado muito importante é a mobilidade e disponibilidade da informação. Imagine o movimento similar ao dos smartphones acontecendo na saúde. Um device que integre tudo o que você usa com frequência: verifica sua pressão, nível glicêmico, registra, controla e analisa as informações, gera relatórios que podem ser compartilhados (com a equipe de saúde, com membros da família, com redes sociais para comparação)… Da mesma maneira tão comum quanto um celular hoje tem câmera fotográfica e internet. Idealmente, seu celular vai evoluir para isso.
No gráfico abaixo, estão representadas as categorias com maiores investimentos financeiros para startups de saúde nos Estados Unidos no período de 2011 a 2014. Repare que o investimento, de maneira geral, quadruplicou e que áreas novas, como a medicina personalizada, estão surgindo e já com aportes financeiros.
No Brasil, não temos um estudo similar, mas um estudo realizado pela ABStartaups estima que no Brasil existem mais de 10 mil startups (nesse caso, não específicas da saúde, esse é um número geral). Só em 2012, elas movimentaram quase R$ 2 bilhões, enquanto nos Estados Unidos só as Startups de Saúde receberam quase 2 bilhões de dólares em investimentos.