Para a diretora assistente de serviços e sistema de saúde da Organização Mundial de Saúde, Carissa Etienne, o avanço da tecnologia só será revolucionário quando ele permitir melhor acesso à saúde e acabar com problemas de atenção básica que ainda matam milhões de pessoas em países subdesenvolvidos. “Precisamos pensar a tecnologia como um meio de trazer inovação que garantam o cumprimento das metas do milênio”, destaca.
Diante de fatores como envelhecimento da população e aumento considerável de pacientes com doenças crônicas, a executiva reforça a importância de ver na tecnologia um aliado para a solução dos problemas.
Na visão de Carrisa, os maiores desafios da saúde, sobretudo em países não desenvolvidos, são escassez de mão-de-obra qualificada, tecnologias e infraestrutura, gastos catastróficos com saúde, recursos financeiros insuficientes e sistemas de informação fracos. Segundo a pesquisadora, mais de 2 milhões de pessoas por anotem suas vidas financeiras arruinadas por problemas de saúde.
Um exemplo de que a complexidade dos problemas em saúde vai muito além do uso da tecnologia são as doações de equipamentos para países com condições de saúde precárias. “Eles recebem muitas doações, mas não têm a saúde primária, não têm pessoas preparadas para utilizá-las e mantê-las. Isso não é eficiência”, analisa.
Para a diretora da OMS, a tecnologia mais avançada e que realmente trará impacto positivo para o desenvolvimento da saúde no mundo todo são os recursos humanos. “Acredito que a tecnologia poderá contribuir muito para o futuro da saúde e a melhoria do acesso em países subdesenvolvidos, mas precisamos fazer um trabalho melhor”, conclui.
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