Roberto Kalil defendeu, durante evento promovido pelo LIDEM – Grupo de Mulheres Líderes Empresariais na manhã de hoje (01/06), a importância da prevenção, por meio de uma alimentação saudável e da prática de atividades físicas diárias, para evitar o risco de infartos e derrames. Ainda segundo o cardiologista, o sedentarismo, aliado ao fumo, má alimentação e excesso de bebidas alcoólicas, ampliam significativamente a probabilidade de doenças coronárias. Com o tema “Qualidade de Vida”, o médico cardiologista e diretor geral do Centro de Cardiologia do Hospital Sírio Libanês e do Instituto do Coração, Roberto Kalil falou para uma plateia de 103 empresárias e empresários filiados ao LIDEM e ao LIDE – Grupo de Líderes Empresariais.
“Atualmente, doenças coronárias ocupam a segunda posição das causas que mais matam no mundo. A previsão é que, até 2040, ocupará o primeiro lugar desse triste ranking caso não haja mudanças radicais em curto prazo”, enfatizou o médico. Ele lembrou ainda que 60% das pessoas que enfartam morrem antes de chegar ao hospital. “A maior taxa de mortalidade é durante a primeira hora, pois muitos se confundem com os sintomas e demoram para buscar atendimento médico”, destaca o cardiologista.
As mulheres vêm sendo vítimas fatais de ataques do coração por conta do mito de que têm o coração mais forte. Como apontou o cardiologista, a tendência de morte cardiovascular na verdade é maior entre elas. “Um problema sério é a crença de que mulheres não desenvolvem problemas no coração, o que as mantêm distantes de um tratamento preventivo, deixando-as ainda mais sensíveis a uma aterotrombose. Uma alternativa para atingir mais fortemente o público feminino seria uma parceria com os ginecologistas, que elas visitam ao menos uma vez por ano”, reforça Kalil.
Para o médico, a falta de políticas públicas que estimulem a prática de atividades físicas também acarreta no aumento de óbitos. “A população praticamente não recebe informações quanto ao perigo que uma vida ociosa, acompanhada de outros fatores de risco, pode causar. Acredito que a orientação deveria fazer parte do currículo escolar, as crianças devem receber tais informações ainda na fase pré-escolar para se tornarem adolescentes mais saudáveis. Cada dia aumenta o índice de jovens com problemas de sobrepeso e doenças até então considerada dos mais velhos, como colesterol elevado e hipertensão”, opina.
“No caso das mulheres, a parceria cigarro e anticoncepcional pode ser fatal: o consumo de três cigarros por dia e uso do anticoncepcional amplia em 30% as chances de enfartar”, alerta Kalil. A reposição hormonal também não deve ser ignorada. “Há muita polêmica em torno dela e problemas coronários que não procedem”, explica. “Já os jovens, na faixa dos 40 anos de idade, que são hipertensos, enfrentam uma grande barreira no uso dos medicamentos por conta do folclore sobre a impotência. Isso não é verdade, pois tudo depende de seguir a orientação médica adequada”, conclui o médico.