Das mais de mil operadoras de Saúde brasileiras, apenas 15 possuem acreditação da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), conforme dados da autarquia de janeiro de 2017. A certificação foi criada há pouco menos de seis anos, após publicação da Resolução Normativa 277, e entrou em prática somente em 2014, com a adesão de cooperativas Unimed Vales do Taquari e Rio Pardo, Unimed Belo Horizonte e Unimed São José do Rio Preto e a seguradora Bradesco Saúde.  Vale dizer que há 1.096 operadoras ativas com beneficiários e 1.297 operadoras em atividade, contando assistência médica + exclusivamente odontológica. Estas operadoras operam 21.387 planos de saúde ativos.

Ser uma operadora acreditada pela RN 277 pode trazer uma série de benefícios à gestão, mas exige importantes adaptações para que sejam atingidos os níveis de excelência. Entenda melhor sobre a RN 277 na sequência.

O que é a RN 277

A resolução normativa institui um programa voluntário que atesta níveis de excelência de operação. Foi criada como uma evolução de ações como o Índice de Reclamações, Programas de Qualificação das Operadoras, Programa de Promoção da Saúde e Prevenção de Doenças, a lista dos planos com comercialização suspensa pela ANS e o Índice de Desenvolvimento da Saúde Suplementar (IDSS). Tudo isso faz parte de uma ação da agência para incentivar a melhoria continuada na qualidade assistencial da saúde suplementar.

O que avalia

Diversos pontos da operação, passando pela administração, estrutura e serviços de saúde oferecidos, o desempenho da rede de profissionais e de estabelecimentos de saúde conveniados e o nível de satisfação dos beneficiários.

Classificação

A classificação se dá em três níveis, a exemplo do que já ocorre com a certificação dos prestadores de serviços pela Organização Nacional de Acreditação (ONA). Essas três divisões representam pontuações diversas no caminho da excelência:

Nível I: entre 90 e cem pontos;

Nível I:  entre 80 e 89 pontos;

Nível III: entre 70 e 79 pontos.

Segundo dados da ANS, 13 das 15 operadoras acreditadas pela RN 277 estão no nível mais elevado. As duas restantes estão divididas entre Nível II e Nível III.

Como ocorre o processo

Toda a avaliação é feita por organizações independentes, avaliadas pelo Coordenação  Geral de Acreditação e Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia) e homologadas pela própria ANS.

Exclusão

Apenas podem participar do processo empresas com operações regulares, o que exclui as que estejam em regime de direção fiscal ou técnica ou em plano de recuperação perante a ANS.

Benefícios da acreditação

Mesmo sendo uma prática voluntária, a acreditação deve ser considerada pelas operadoras de saúde que queiram atingir níveis elevados de excelência porque o processo de adequações aos padrões, por si só, age como uma ferramenta de gestão, que garante redução de retrabalho, recursos de glosas e demais custos.

A acreditação permite um controle maior da qualidade da assistência, auxilia as operadoras a formarem a rede credenciada mais adequada para suas operações e seu perfil de negócio e apoia a elaboração de programas de promoção à saúde e prevenção de doenças mais efetivos.

Além disso, vale citar que as operadoras acreditadas têm seus nomes divulgados no portal da ANS, como forma de estimular novas instituições a se adequarem ao padrão de qualidade e para facilitar a tomada de decisão por parte dos consumidores.